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LOUD seguiu o Fluxo e deu ruim: Afinal, quebra de call é errado?



Antes de mais nada, para quem começou a acompanhar o cenário há pouco tempo, a “quebra de call? nada mais é do que a contestação de um local de queda. No Free Fire, as equipes têm “calls fixas”, pontos de queda específicos no mapa, onde cada time cai no início do jogo. 

Existem casos de call compartilhada, mas na maioria das vezes as equipes caem sozinha, até porque não é benéfico cair com outro time, trocar cedo ou até mesmo dividir o loot. Quando uma call é quebrada, significa que um time caiu no local de queda do outro, e não é considerado anti-jogo.

Como eu costumo dizer, quem é contra a queda de call, também é contra a competição e o entretenimento.

LOUD seguiu o Fluxo e deu ruim

Sem chances na corrida direta pelo título, a LOUD decidiu contestar o Fluxo em Central, na sétima queda em Purgatório. O Fluxo, que brigava pelo título contra Vivo Keyd e Corinthians, não ganhou a trocação contra o rival e caiu no Top 12 com apenas um abate, o que consequentemente rendeu apenas um ponto para o time na tabela. 

O lance prejudicou a corrida do Fluxo pelo título. Antes da sétima queda, o time de Nobru estava no Top 2 da tabela geral com 84 pontos, somente dois atrás da Vivo Keyd na liderança. 

Ao final da queda contestada, o FX caiu para o Top 3 e a desvantagem se estendeu a 17 pontos. O Corinthians também aproveitou o tropeço do time campeão na LBFF 4 e assumiu a vice-liderança da tabela, com uma vantagem de oito pontos. 

O Fluxo ainda tentou recuperar o prejuízo, mas no final das contas terminou o campeonato em terceiro lugar, sem conseguir superar Corinthians e Vivo Keyd. 

A LOUD, que quando contestou o Fluxo estava em sétimo lugar, terminou o campeonato na décima colocação, um dos piores resultados em finais do time que até então era o atual vice-campeão brasileiro e mundial.

O clima esquentou nos bastidores 

LOUD e Fluxo, sem dúvidas, proporcionaram o melhor momento da grande final da LBFF 5. O que a Vivo Keyd fez foi histórico, mas o que realmente fez o circo pegar fogo foi a rivalidade construída entre os dois times mais “hype? do cenário durante a decisão. Cerol, fundador do Fluxo, foi ao Twitter e, carinhosamente, disparou: “Esse time de m**** f**** a gente.. pqp?. Jean, um dos fundadores da LOUD, respondeu com um “Eita?, e logo Cerol amenizou a situação.

As farpas tomaram conta do Twitter, e desde os jogadores aos torcedores, a grande maioria dos envolvidos (e alguns até não envolvidos) quiseram participar. O ciclo se fechou com as palavras de Nobru, jogador e influenciador do Fluxo, que se mostrou abalado pela quebra de call.

Quebra de call é anti-jogo?

Não é. Não há nada no regulamento oficial dos campeonatos que condenem a quebra de call, até porque faz parte do jogo. “Ah, mas a LOUD não brigava pelo título e contestou o Fluxo?. Ser campeão é passar por cima de todo mundo, então se o Fluxo não conseguiu lidar com a quebra de call de uma equipe que estava no meio para o final de tabela, talvez eles não fossem merecedores do título. 

O Corinthians quebrou a call da Vivo Keyd na última queda e, mesmo perdendo um jogador, a VK soube o que fazer e no final garantiu o campeonato. “Mas foi uma quebra de call entre equipes que disputavam o título?. Não importa, até porque LOUD e Fluxo são rivais desde que a organização de Nobru e Cerol foi fundada. 

Os 12 times entraram com chances de serem campeões, mas quando o título deixa de ser uma realidade, há outras coisas em jogo. Nesse caso, para a LOUD, o que estava em jogo era parar o Fluxo. E conseguiram. É o famoso “se eu não ganhar, você também não vai?. Se os dois times não fossem rivais, até entenderia o alvoroço que foi criado em cima disso entre as torcidas. Mas não sendo o caso, não faz sentido. 

Levar para o pessoal expõe a fragilidade e falta de profissionalismo presente no Free Fire

As farpas saudáveis que movimentaram o cenário são show de bola, mas quando isso extrapola e se transforma no que virou, um choro desnecessário como se um crime tivesse sido cometido, aí as coisas saem do controle. A gente sempre discute porque o cenário de Free Fire não é levado a sério nos esports. E alguns discursos como “esse time de m**** f**** a gente? diz muito sobre isso.

É muito mágico que, no Free Fire, os donos de organização, staff e jogadores estejam tão próximos do seu público, em poucas modalidades isso acontece. No entanto, essa proximidade, ao mesmo tempo que ajuda, prejudica. Porque a maioria das estrelas do cenário não perceberam que influenciam milhares de crianças e adolescentes. 

Levar para o pessoal o que acontece dentro de jogo, mesmo que não seja a intenção, intensifica discussões desnecessárias nas redes sociais e no final nem todo mundo sai ileso.

As quebras de call continuarão acontecendo. Não tem o que fazer. As rivalidades seguirão sendo construídas, e o cenário só ganha com isso. Tudo fica mais competitivo. Mas tem que se limitar ao jogo, porque se vier para o pessoal, e ultrapassar os limites, aí sim estaremos lidando com um erro.

Fonte: The Enemy


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