Os olhos do futebol brasileiro estarão voltados para a partida entre Flamengo e Defensa y Justicia, na próxima quarta-feira, em Brasília, pela Libertadores. Com movimentos localizados na direção de permitir o retorno gradual de torcedores aos estádios, o jogo no Mané Garrincha é o primeiro confirmado com ingressos comercializados em solo brasileiro desde o início da pandemia da Covid-19, em março do ano passado.

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A mudança rubro-negra vale apenas para a partida contra os argentinos. A preferência é atuar no Maracanã. Para o jogo de quarta, não foi possível chegar a um acordo com a prefeitura do Rio a tempo. Caso ele não aconteça para um possível jogo das quartas da Libertadores, o clube espera receber o convite de outras cidades interessadas em receber a partida com público.

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A prefeitura carioca tenta estabelecer protocolos mais rígidos e multas com valores mais altos em caso de descumprimento de regras, em comparação ao que foi acordado com a Conmebol na final da Copa América.

? É claro que teremos uma posição cada vez mais favorável ao retorno da torcida ? afirmou o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz: ? Mas ainda é um momento de incerteza.

Os problemas ocorridos no jogo entre Brasil e Argentina, com aglomerações e a falta de controle quanto à validade dos testes contra Covid-19 dos convidados, fizeram com que o Rio desse passos para trás na liberação da torcida. Uma boa organização em Brasília pode reforçar o movimento pela presença de público.

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Na sexta-feira, o governo do Distrito Federal alterou o decreto que especificava as condições para o torcedor poder voltar a frequentar os estádios na capital do país. Inicialmente, ele teria de ter sido vacinado e também apresentar um teste negativo para Covid-19 realizado até 48h antes da partida. A pedido do Flamengo, o torcedor passará a ser obrigado a cumprir apenas uma das duas demandas, ou a vacinação, ou o teste.

Vale lembrar que a Conmebol, ao liberar a presença de torcedores em partidas organizadas por ela, estabeleceu que o torcedor deveria cumprir apenas uma das condições para entrar no estádio.

Rio Grande do Sul perto de liberação

Outros três estados também ensaiam o retorno do torcedor, além do Distrito Federal, que liberou a presença de até 18 mil torcedores no jogo rubro-negro. Em Porto Alegre, a prefeitura autorizou a presença gradual de público em eventos esportivos, dependendo do aval do governo estadual.

Os gaúchos também estão de olho na brecha da Conmebol, que liberou a presença de público na Libertadores e na Sul-Americana. Internacional e Grêmio jogam pelas competições na próxima semana em Porto Alegre e podem ter até mil pessoas em seus estádios, caso o governador Eduardo Leite (PSDB) libere.

O mesmo acontece em Minas Gerais. A Secretaria Estadual de Saúde se reuniu com a Federação Mineira para definir protocolo para a realização de jogos com torcida. Porém, para a partida do Atlético-MG contra o Boca, terça-feira, a prefeitura de Belo Horizonte já disse que o município seguirá com os estádios fechados.

Outro estado que discutiu a questão recentemente foi o Amazonas. Em maio, depois de a primeira partida da final do Amazonense, entre São Raimundo e Manaus, contar com torcedores convidados dos dois clubes, tentou-se permitir a venda de ingressos para o segundo jogo. O governo estadual vetou. Os clubes locais seguem fazendo força para que as torcidas voltem, mas esbarram no veto da CBF.

A entidade mantém a proibição de torcedores em jogos organizados por ela. Jorge Pagura, presidente da comissão de médicos da CBF, evita dar uma data para a liberação e cogita setembro como possível mês para o retorno. É a expectativa interna de alguns clubes, como Vasco e Fluminense. Questionado se o avanço na vacinação pode ajudar, deixou em aberto.

? O aumento progressivo das taxas de vacinação pode antecipar isso, mas sempre baseado nos nossos rígidos critérios. Sem nenhuma pressão externa ? afirmou.

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Em São Paulo, as autoridades continuam irredutíveis quanto ao retorno do torcedor aos estádios. Com Palmeiras, São Paulo e Santos envolvidos na disputa da Libertadores, eles não poderão ter público nas partidas, a não ser que cogitem transferir para outros estados, já com torcedores liberados. Para o alviverde, é importante que o retorno, nas competições nacionais, seja único em todos os estados.

“O conceito deve ser de isonomia: todos os clubes terem as mesmas condições para evitar desequilíbrio esportivo?, afirmou em nota.