Apresentado nesta segunda como novo técnico do Flamengo para a temporada, Renato Gaúcho comparou o rubro-negro com a seleção brasileira. Ele foi anunciado no último sábado, após a demissão de Rogério Ceni.

? É um grande prazer ter a oportunidade de treinar esse grande clube, até porque há uns três anos eu disse que tinha esse sonho, e hoje estou realizando. Todo treinador tem que sonhar grande e alto, e na minha opinião treinar o Flamengo é a mesma coisa de treinar a seleção brasileira, pela grandeza desse clube ? disse o técnico.

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Renato comentou sobre a possibilidade de contratação de reforços, destacando o momento financeiro delicado enfrentado pelo clube por causa da pandemia da Covid-19.

? Reforços, todo treinador gosta de ter, mas nem sempre é possível. Hoje a gente tem que entender o momento que passam todos os clubes, não só Flamengo, devido a essa pandemia. O importante é a gente trabalhar com o que tem aqui, e o grupo do Flamengo é muito bom ? disse o treinador, que preferiu não comentar sobre a decisão do clube de suspender Gabigol da partida do último domingo.

Questionado sobre o assunto, o técnico se posicionou a favor do retorno do público aos estádios, desde que isso seja feito “com segurança”.

?  Seguindo os protocolos, eu sou a favor. Até por que eu joguei com a camisa do Flamengo no Maracanã e sei o quanto é importante a força da torcida. Já joguei contra o Flamengo no Maracanã e eu sei o quanto é difícil. É o nosso décimo segundo jogador ? declarou.

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Renato chega com vínculo apenas até dezembro e multa rescisória para o caso de demissão. Ele traz apenas o auxiliar Alexandre Mendes, com quem trabalhou no Grêmio.

Depois de assistir à vitória de virada por 2 a 1 sobre a Chapecoense no domingo, no Maracanã, Renato alterou a programação para comandar um treino com o elenco completo no Rio nesta terça, antes da viagem para a Argentina. Inicialmente a delegação viajaria nesta segunda-feira, depois do treino da tarde, regenerativo para os titulares. A estreia será contra o Defensa Y Justicia, na quarta-feira, pelas oitavas de final da Libertadores.

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Presentes à apresentação, dirigentes rubro-negros exaltaram a chegada de Renato Gaúcho ao Flamengo.

? Renato volta para a casa dele. A gente tem confiança grande de que teremos sucesso pela frente. Os resultados dele ao longo dos últimos anos não são à toa, é o técnico recordista de estada em um clube no Brasil, com grande sucesso. É um nome querido por todos ? declarou o presidente Rodolfo Landim.

? Renato chega pelo trabalho dele em um clube grande como o Grêmio, que é complexo, e por isso a nossa escolha. Aqui ele vai encontrar a melhor estrutura possível para que ele trabalhe e consiga resultados importantes ? emendou o vice de futebol Marcos Braz.

Renato Gaúcho ao lado dos dirigentes do Flamengo Foto: Reprodução
Renato Gaúcho ao lado dos dirigentes do Flamengo Foto: Reprodução

O retrospecto recente

Nome dividido entre a torcida, Renato vem de passagem de pouco mais de quatro anos pelo Grêmio. Acumulou sucesso em competições eliminatórias no clube gaúcho, mas nunca conseguiu fazer o time disputar de forma contudente o título brasileiro.

Renato chegou para sua terceira passagem pelo tricolor em setembro de 2016 e viveu dois anos mágicos: foi campeão da Copa do Brasil naquele ano e da Libertadores no ano seguinte. Fez jogo duro com o Real Madrid e ficou com o vice-campeonato mundial. Aqueles foram seus dois grandes títulos pelo Grêmio em sua passagem. Além deles, venceu quatro estaduais e a Recopa Sul-Americana de 2018.

O técnico ganhou a imagem de alguém capaz de recuperar carreiras: trouxe nomes em baixa no futebol brasileiro que viveram boas temporadas e fizeram gols importantes em conquistas, como Jael, Cortez e Cícero.

Nos anos seguintes, seguiu bom desempenho nos mata-matas, mas viu as campanhas do Grêmio estagnarem no Brasileirão. O técnico nunca conseguiu ultrapassar o quarto lugar na tabela, e o aproveitamento reflete essa “consistência”.

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De 2017 até 2020, quando disputou quatro Brasileirões completos, o aproveitamento de pontos seguiu a sequência de 54,4%, 57,9%, 57% e 51,8%. Números aquém dos mais de 60% que a maioria das equipes que disputaram os títulos nesses anos atingiram.

Na atual temporada, quando deixou o clube gaúcho, o técnico via o desempenho do elenco cair desde a reta final do Brasileiro anterior, mas o resultado que acabou sentenciando o divórcio foi justamente num mata-mata: o clube foi eliminado na pré-Libertadores pelo Independiente del Valle.

Veja os números do técnico na última passagem pelo Grêmio:

2016

Brasileirão: 9º (chegou em setembro)

Copa do Brasil: Campeão

16 jogos, 6 vitórias e 2 empates

2017

Mundial: Vice-campeão

Libertadores: Campeão

Brasileirão:

Copa do Brasil: Semifinal

Estadual: Semifinal

74 jogos, 41 vitórias, 17 empates e 16 derrotas

2018

Libertadores: Semifinal

Brasileirão:

Copa do Brasil: Quartas

Estadual: Campeão

69 jogos, 37 vitórias, 18 empates e 14 derrotas

2019

Libertadores: Semifinal

Brasileirão:

Copa do Brasil: Semifinal

Estadual: Campeão

73 jogos, 39 vitórias, 18 empates e 16 derrotas

2020

Libertadores: Quartas

Brasileirão:

Copa do Brasil: Vice-campeão

Estadual: Campeão

73 jogos, 35 vitórias, 23 empates e 15 derrotas

2021

Libertadores: eliminado na fase preliminar

Estadual: não disputou até o fim

6 jogos, 5 vitórias e 1 empate