TÓQUIO ? O surfista Gabriel Medina, número 1 do mundo e esperança para o Brasil de medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio, deve viajar para o Japão com o técnico Andy King, que o acompanhou na perna australiana do Circuito Mundial da WSL. Andy, inclusive, já está com a credencial olímpica. O brasileiro tentou até este momento levar sua esposa Yasmin Brunet como seu estafe, uma vez que, segundo ele, Yasmin é responsável pela sua estatística, nutrição e apoio mental. Todos os surfistas que vão à Olimpíada podem levar uma pessoa como equipe.

Segundo assessores de Medina, o COB deu a “palavra final” sobre o caso nesta quarta-feira e vetou a ida de Yasmin ao Japão.  Medina chegou a falar com Paulo Wanderley, presidente do COB, como “última cartada”. Ouviu do cartola que haveria uma tentativa. Mas nada mudou e Yasmin não foi credenciada para Tóquio-2020.

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O GLOBO apurou que outros atletas ficaram incomodados com o episódio porque não podem levar suas esposas ou maridos para o evento.

No stories do seu Instagram, Yasmin Brunet publicou vídeos no quais explica o motivo da sua ausência em Tóquio e todo o imbróglio com o COB.

? Só o atleta sabe o que precisa neste momento, quem realmente vai ajudá-lo e isso deveria ser respeitado. Principalmente em época de pandemia em que os atletas estão se deslocando para competir na Olimpíada, onde o mundo todo vai se encontrar, e estão arriscando a própria vida. Quanto maior puder ser o conforto ao atleta, seria mais do que necessário. Estamos em tempos difíceis e ele não pediu em nenhum momento tratamento especial.  Por que estão fazendo este tipo de descaso? Porque no momento que ele subir no pódio, vai estar todo mundo atrás dele, recebendo pelo Brasil. Esse tipo de patriotismo seletivo não faz sentido para mim! ? disse ela.

O surfista Gabriel Medina e a esposa Yasmin Brunet Foto: Reprodução
O surfista Gabriel Medina e a esposa Yasmin Brunet Foto: Reprodução

Medina diz que Yasmin seria a sua primeira escolha para a viagem, mas que foi impedido pelo COB de exercer sua vontade. Ele afirma ainda que, no surfe, os atletas não se prendem à formação acadêmica para montagem do estafe e que a esposa é quem o acompanha em todas as competições mundo afora. 

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Yasmin Brunet e Gabriel Medina, na Austrália Foto: Reprodução
Yasmin Brunet e Gabriel Medina, na Austrália Foto: Reprodução

Por causa da pandemia da Covid-19, o Japão reduziu drasticamente o número de credenciais.  Além disso, o Japão segue com as fronteiras fechadas, permitindo a entrada de estrangeiros em situações de exceção. Não haverá público estrangeiro nas arenas olímpicas.

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Medina voltou a desabafar sobre a situação e endossou o sentimento de se sentir prejudicado com a decisão do COB.

Ele reafirmou que outros surfistas estão levando quem escolheram como estafe e ele, não. Deve optar pelo treinador Andy King para não ir sozinho ao Japão.

Ele lamentou o “desgaste desnecessário”, na véspera do embarque mas garantiu que entrará na competição para brigar pelo ouro: 

? Se Deus quiser eu ganho esse ouro para o Brasil.