Estranhamento à parte por estarem na Série B, Cruzeiro e Vasco entregaram um jogo muito melhor do que a encomenda. Gols, virada, cartões vermelhos e muita tensão. Clássico digno da grandeza dos dois clubes, apesar de a divisão atual não simbolizar a história. Melhor para os celestes, que venceram por 2 a 1 ontem, no 100º confronto entre as equipes, e conseguiram a primeira vitória dentro do Mineirão na competição.

Com o resultado, o Cruzeiro subiu para a 11ª colocação, com 7 pontos, e deixou a zona de rebaixamento. Já o Vasco perde a chance de entrar no G-4 e fica na 10ª posição também com 7 pontos. O cruz-maltino também foi derrotado fora de casa pela primeira vez nesta Série B.

Ver Cruzeiro e Vasco na atual situação é acompanhar diferentes processos de reconstrução. Não existe fórmula mágica para voltar à elite, por isso os clubes optaram por modelos diferentes para organizar seus elencos. Ontem, a sensação é de que ambas as diretorias acertaram em suas decisões particulares.

Se os celestes repetirem a boa atuação, animam para subir. A mesma coisa dos cruz-maltinos que, mesmo derrotados, tem do que tirar proveito. Inicialmente porque Marcelo Cabo e Mozart merecem elogios pelas posturas de suas equipes, que se lançaram ao ataque desde o minuto inicial. Tanto que, logo com 27 minutos, o placar já estava 2 a 1 para o Cruzeiro, de virada.

No tento do Vasco, coube a Marquinhos Gabriel ? aquele que foi ironizado pela diretoria celeste por gerar economia de R$ 3 milhões quando rescindiu contrato ? fazer a jogada que terminou nos pés de Morato, que bateu Fábio após a bola desviar na defesa.

Porém, minutos depois, Matheus Barbosa virou o centro das atenções. Primeiro, após aproveitar o desvio de Rafael Sóbis na cobrança de escanteio e tocar livre para as redes. Depois, por acertar um belíssimo chute no ângulo de Lucão. Cruzeiro e Vasco poderiam ter ampliado o placar pois criaram chances para isso e realmente empolgaram pelas atuações. Até o árbitro aparecer.

Após desentendimento entre Paulo e Bruno Gomes, ainda no primeiro tempo, Vinícius Gonçalves Dias Araújo decidiu pela expulsão da dupla, em marcação completamente desnecessária. O resultado foram os dois treinadores optando pela cautela e fechando as suas equipes. Faltou emoção na segunda etapa.

Para o Vasco, fica a necessidade de encontrar uma alternativa para German Cano, que teve um dia ruim e perdeu chances que normalmente não desperdiça. Para o Cruzeiro, a desnecessária pressão sofrida em um jogo que, se mantivesse o ritmo, poderia ter maior tranquilidade.