Argentina e Chile são tomadas por sentimentos mistos nesta Copa América. Ao mesmo tempo que alimentam a esperança no processo de renovação que tentam por em prática, vivem a melancolia das despedidas. O jogo desta segunda-feira, às 18h, no Nilton Santos, será o primeiro das seleções em meio a essa dualidade.

A competição provavelmente será a última de dois ídolos nacionais. Nascidos em 1987, Messi e Vidal tentam este ano o título com poucas chances de atuarem na próxima edição do torneio, marcada para 2024, no Equador, quando estarão com 37 anos.

Por outro lado, será a primeira Copa América de nomes promissores das seleções dos dois países. Entre os argentinos, as maiores expectativas recaem sobre Cristian Romero. O zagueiro tem 23 anos e foi eleito o melhor defensor do último Italiano, atuando pela Atalanta. Contra a Colômbia, pelas Eliminatórias, fez um dos gols no empate em 2 a 2.

? Temos Romero, Martínez, que foi campeão com o Ajax, Foyth, campeão da Liga Europa com o Villarreal, e Álvarez, ex-base do Real Madrid que foi campeão da Libertadores com o River ? enumerou Lucas Ajuria, jornalista argentino.

Caso o título venha logo na primeira Copa América de Romero, será o fim do jejum de troféus da Argentina, algo que fere o orgulho portenho desde 1993. Será também uma despedida feliz para Messi. O craque possui cinco edições no currículo e foi vice em três (2007, 2015 e 2016). O tempo passa e as chances de um dos melhores jogadores da história dar uma volta olímpica com sua seleção diminuem a cada dia. O argentino, se jogar os sete jogos previstos nesta edião, atingirá a marca de 24 no torneio, se tornando o atleta que mais atuou em sua história centenária, junto com o chileno Sergio Livingstone (entre 1941 e 1953).

Vidal vive situação diferente no Chile. O meia da Internazionale já garantiu o peso de seu legado, com o bicampeonato da Copa América em 2015 e 2016. Um terceiro título sul-americano seria uma cereja do bolo pouco provável e, obviamente, muito bem vinda. Esta noite, ele não entrará em campo, uma vez que está na reta final de recuperação da Covid-19.

O que os chilenos tentam fazer, especialmente depois da não classificação para a Copa da Rússia, em 2018, é renovar sua seleção. Uma das esperanças de que isso aconteça é o estreante Pablo Galdames, de 24 anos, do Vélez Sarsfield (ARG).

? É um jogador que deixou o Chile muito cedo. Dos mais jovens, é o mais elogiado ? afirma o jornalista Raúl Neira, do jornal “El Mercurio?. ? Carlos Palacios (atacante de 20 anos do Internacional) é outro.

Mais despedidas

Outros astros de primeira grandeza do futebol mundial podem se despedir da Copa América na edição deste ano. Suárez e Cavani, também nascidos em 1987, são dois exemplos. Os dois foram campeões da Copa América de 2011 e tentam o segundo título, que serviria para coroar definitivamente uma das gerações mais talentosas do futebol uruguaio.

Pela seleção brasileira, quem provavelmente está de partida da Copa América é Thiago Silva, que, aos 36 anos, batalha para esticar o futebol em alto nível para se despedir da seleção no Mundial do Qatar, quando estará com 38. Ele venceu a competição continental em 2019.

Além de Argentina x Chile, a Copa América tem a estreia de paraguaios e bolivianos, às 21h, em Goiânia.