O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta terça, quatro sedes da Copa América 2021: Brasília, Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro, que deve receber a final. A confirmação ocorreu apesar do posicionamento contrário da comunidade científica e do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), que manifestaram preocupação com os riscos que a realização de um evento deste porte implica. Como todo o país, estes estados enfrentam dificuldades para conter a pandemia de Covid-19.

Em comum entre estas sub-sedes, altos índices de ocupação dos leitos para Covid e a baixa imunização de suas populações. Por outro lado, quase todas apresentam queda nas médias de caso e de óbitos por Covid. É justamente esta tendência de queda que os especialistas veem ameaçada com a realização da Copa América.

Todos os quatro estados apontam queda na média móvel de óbitos em relação à de 14 dias atrás. A maior foi registrada no Rio de Janeiro: 27% de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa que monitoram a situação da Covid no Brasil, do qual O GLOBO faz parte.

Já na média de óbitos, dois estados apresentaram alta e dois, queda. O Rio de Janeiro tem a redução mais significativa: 33%. O Mato Grosso, por outro lado, é o caso mais preocupante, com crescimento de 17% na comparação com a marca de duas semanas atrás.

Em relação a leitos de UTI, o patamar é alto. Nenhum dos estados possui menos que 80% de ocupação. Brasília é onde ela é menor, com 80,1%. No Mato Grosso, ela chega a 91,12%.

Mas o índice mais preocupante de todos é o de vacinação. As quatro sub-sedes encontram-se abaixo da média do país, de 21,82%.

No ranking nacional, Brasília aparece em sétimo lugar. Até o momento, 21,39% de sua população recebeu pelo menos a primeira dose do imunizante. Goiás vem em 12º, com 20,39% de vacinados. Três posições depois está o Rio de Janeiro. Com 19,46% de seus habitantes imunizados, o estado está em 15º. Das sedes da Copa América, o Mato Grosso é o que apresenta o pior desempenho nesta corrida. Com 17,5%, é a 20º dentre as 27 unidades federativas.

Confira, abaixo, a situação de cada estado. Os dados são do consórcio de imprensa e das secretarias estaduais de saúde:

Rio de Janeiro

  • Casos nas últimas 24h – 3.939
  • Óbitos nas últimas 24h – 256
  • Média de casos – 2.972 (-33%)
  • Média de óbitos – 167 (-27%)
  • Ocupação de leitos de UTI – 82,8%
  • Ocupação de leitos de enfermaria – 59,3%
  • Vacinação – 19,46% (15º no ranking nacional)

Mato Grosso

  • Casos nas últimas 24h – 1.858
  • Óbitos nas últimas 24h – 38
  • Média de casos – 1.679 (17%)
  • Média de óbitos – 35 (-6%)
  • Ocupação de leitos de UTI – 91,12%
  • Ocupação de leitos de enfermaria – 44%
  • Vacinação – 17,5% (20º no ranking nacional)

Brasília

  • Casos nas últimas 24h – 836
  • Óbitos nas últimas 24h – 22
  • Média de casos – 936 (9%)
  • Média de óbitos – 25 (-2%)
  • Ocupação de leitos de UTI – 80,1%
  • Ocupação de leitos de enfermaria – 75,97%
  • Vacinação – 17,5% (7º no ranking nacional)

Goiás

  • Casos nas últimas 24h – 3.338
  • Óbitos nas últimas 24h – 64
  • Média de casos – 2.007 (-8%)
  • Média de óbitos – 62 (-18%)
  • Ocupação de leitos de UTI – 87,48%
  • Ocupação de leitos de enfermaria – 52,80%
  • Vacinação – 20,39% (12º no ranking nacional)