Os jogos contra o River Plate, que abriram e encerraram a participação do Fluminense na fase de grupos, foram significativos. No primeiro (empate em 1 a 1 no Rio), os tricolores mostraram que não estavam de volta à Libertadores depois de oito anos apenas para fazer figuração. Nesta terça, em pleno Monumental de Nuñez, confirmaram esta impressão com uma vitória maiúscula sobre o gigante sul-americano: 3 a 1. Vão às oitavas como líderes de seu grupo e com um futebol que pode levá-los ainda mais longe.
É verdade que o surto de Covid-19 do qual o clube argentino se recupera influenciou. Ainda com um time remendado e com atletas que treinaram apenas um dia depois de cumprir quarentena, os donos da casa não foram capazes de acompanhar o ritmo imposto pelos brasileiros logo no começo. Mas o Fluminense também teve méritos.
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A vitória dramática do River sobre o Santa Fe, na semana passada, mostrou que, apesar de todos os desfalques, era preciso jogar bem contra ele. Diante da necessidade da vitória, Roger Machado promoveu mudanças tanto de estratégia quanto na escalação. O Fluminense, que sob o comando do treinador tem iniciado mal as partidas, fez seu melhor primeiro tempo na temporada. A classificação foi também um prêmio pela mudança na hora certa.
? Sabíamos da dificuldade que era jogar aqui. E necessitávamos da vitória, porque a classificação estava em aberto entre nós, o River e o Junior (Barranquilla). Para não depender do outro resultado, tínhamos que ganhar ? comentou Fred.
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No fim das contas, o 0 a 0 entre Junior e Santa Fe foi benéfico para o River. Os argentinos iniciaram a rodada praticamente classificados. Mas só não foram eliminados por causa deste empate. Drama resultado de certa arrogância do clube, que abriu mão de inscrever a lista com 50 jogadores e se viu em maus lençóis quando boa parte do elenco contraiu Covid.
?A gente viu o que eles fizeram no último jogo, com o Enzo (Pérez) no gol. Isso marcou muito para a gente, essa superação. Torcemos para que passassem nós e o River, também por conta do que passaram nesse momento de pandemia. Estou feliz por nós e por eles ? completou Fred.
O jogo
O bom começo do Fluminense deixou no torcedor a sensação de que a vitória parcial por 2 a 0, no intervalo, foi até magra. Duas cabeçadas, uma de Nino e outra de Fred, além de uma cobrança de falta de Nenê não se converteram em gols por pouco.
O Fluminense adiantou suas linhas de marcação e acelerou as trocas de passe. Aproveitou-se da falta de entrosamento dos argentinos e da condição física ruim de alguns e criou chances com muita facilidade. Dentre as mudanças na escalação, destaque para Samuel Xavier, que se mostrou boa opção ofensiva pela direita, e para Gabriel Teixeira, que deu velocidade e abriu espaços.
Os gols saíram de boas tramas. No primeiro, aos 21, Samuel Xavier roubou a bola na defesa e conduziu até achar Fred bem colocado pela direita. Em noite de garçom, o camisa 9 cruzou para Caio Paulista escorar.
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Com boa movimentação e visão de jogo, Fred mostrou que não é decisivo apenas com gols. Aos 28, levantou na medida para Nenê fazer o segundo. A jogada nasceu com um desarme na saída de bola do próprio River, premiando a marcação adiantada.
O 2 a 0 no placar levou os tricolores a relaxar e recuar. Não só por comodismo, claro. O River se viu obrigado a mudar sua forma de jogar e ser mais agressivo.
A diferença entre o Fluminense do primeiro tempo e do segundo foi grande. Antes do intervalo, a equipe brasileira teve 41% de posse e nove conclusões. Na etapa final, 37% de domínio (chegou a ter apenas 27%), e cinco finalizações.
Mesmo com um a mais desde os 21 minutos do segundo tempo, quando Maidana foi expulso, o Fluminense esperou o River em seu próprio campo. O gol de Girotti, aos 39, até demorou a sair tantas foram as oportunidades que os donos da casa criaram. Mas o gol de Yago, aos 46, sacramentou a vitória.
As oitavas de final serão apenas na segunda semana de julho. Os confrontos serão definidos em sorteio. O adversário dos tricolores será um dos times que se classificar em segundo. Pode ser, inclusive, o próprio River Plate.
Fonte: O Globo