Enquanto todos os holofotes estarão voltados para os jogadores na final da Champions League, uma das principais responsáveis pela chegada do Chelsea na decisão trabalha no backstage. Discreta e sem redes sociais, Marina Granovskaia dificilmente aparece em público, a não ser para posar no dia da assinatura de grandes contratos. Foi ela quem decidiu pelas compras de nove dos 11 atletas provavelmente utilizados por Thomas Tuchel contra o Manchester City, no próximo sábado.
Ocupando a 5ª colocação na lista de “Mulheres Mais Poderosas do Esporte Mundial? da revista “Forbes? em 2018, Marina tem 46 anos e trabalha no Chelsea desde 2003. Há sete anos ela assumiu a posição de diretora executiva, onde decide e negocia o vai e vem de jogadores e técnicos, além de ter sido responsável por fechar o contrato de R$ 455 milhões anuais com a Nike até 2032.
Após se formar em Letras pela Universidade Estatal de Moscou em 1997, Granovskaia foi contratada por Roman Abramovich para trabalhar na Gazprom Neft, empresa petrolífera russa. Ela se mudou para Londres quando o multimilionário comprou o Chelsea, se tornando posteriormente seu braço-direito e representante legal no conselho diretivo do clube.
Depois de conquistar a confiança do chefe, Marina passou a monopolizar as negociações do clube, e já investiu 1,26 bilhão de euros (cerca de R$ 8 bilhões) só na chegada de novos jogadores. Dos atletas geralmente escalados nesta edição da Champions, apenas o capitão César Azpilicueta, contratado em 2012 (antes de ela assumir o poder), e o meia Mason Mount, cria das categorias de base, não passaram pelo crivo da diretora-executiva.
Ela também está envolvida nas nove maiores vendas da história do Chelsea, sendo a mais cara delas a transferência de Eden Hazard para o Real Madrid em 2019 por 103 milhões de libras (cerca de R$ 785 milhões). O dinheiro foi utilizado na aquisição dos passes de Kai Havertz, Timo Werner e Hakim Ziyech, Ben Chilwell e Thiago Silva, reforços importantes para a chegada da equipe na final da Champions nesta temporada.
Marina também se envolve nas negociações da equipe feminina, que anunciou nomes como Sam Kerr, Melanie Leupolz e Pernille Harder (a transferência mais cara da história da modalidade entre as mulheres). As contratações certeiras foram essenciais para a trajetória de sucesso da equipe vice-campeã da Champions Feminina.
Em um mercado com quase nenhum espaço para mulheres, a “dama de ferro? do Chelsea é precursora no comando de grandes equipes. Além do Chelsea, apenas um do principais times de futebol do mundo possui uma mulher em posição estratégica: o atual campeão da Champions Bayern de Munique, com a ex-jogadora Kathleen Krüger como gerente geral.
Fonte: O Globo