A classificação para as oitavas da Libertadores, objetivo principal, veio. Mas o que ficou da noite desta quarta, no Maracanã, foi a pior atuação do Flamengo no torneio. Fruto de escolhas erradas de seu treinador e de uma injustificável prioridade dada à final do Carioca, no sábado, contra o Fluminense. Com um time misto e um a menos na maior parte do jogo, os rubro-negros só conseguiram empatar em 2 a 2 com a LDU nos minutos finais. Por pouco, não deixaram a definição da vaga para a última rodada.
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Em prol de descansar os atletas para a decisão de um Estadual há muito esvaziado, Rogério Ceni quase comprometeu o futuro do Flamengo na Libertadores. Se vencesse, a LDU chegaria a última rodada só precisando derrotar o já eliminado Unión La Calera. Os rubro-negros, por sua vez, fariam um duelo tenso em casa contra o Vélez Sarsfield, que também brigaria pela vaga.
O empate evitou este cenário. Na próxima quinta, brasileiros e argentinos jogarão já classificados. Com o Flamengo em primeiro, com 11 pontos, e o Vélez em segundo, com nove, resta apenas definir as posições do Grupo G.
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É tentador pôr a culpa pelo tropeço na expulsão de Willian Arão, aos 14 minutos de jogo. Ou na escalação com três zagueiros. Mas, mesmo com um a menos e com um trio de defensores, o Flamengo foi superior aos equatorianos na maior parte do jogo. Só que, com a maioria de seus jogadores principais no banco, o time sofreu contra a retranca da LDU e foi ainda mais frágil defensivamente.
O jogo
Importante destacar a convicção de Rogério Ceni no esquema escolhido para este jogo. A expulsão de Arão poderia tê-lo levado a abrir mão de um dos três zagueiros. Mas ele preferiu sacar Everton Ribeiro para a entrada de João Gomes.
A ideia de jogar com três defensores, de fato, parecia interessante. O trio permitiu que o time ficasse menos exposto nos contra-ataques e, assim, ajudou na transição defensiva. Nas saídas de bola, Léo Pereira ocupou o corredor esquerdo, fazendo papel de lateral.
O esquema foi mantido por todo o primeiro tempo. E o que se viu neste período foi um Flamengo dono do jogo. Teve mais posse, criou mais chances, marcou um gol (com Pedro) e acertou a trave. Mas não foi capaz de resolver o problema das já manjadas bolas alçadas na área. Aos 34, Guerra subiu entre Gustavo Henrique e Gerson para marcar.
Na volta do intervalo, já com um zagueiro a menos (Léo Pereira deu lugar a Ramon), o time ganhou mais força ofensiva, mas se manteve uma presa fácil para as jogadas aéreas da LDU. Aos 14, Johjan Julio recebeu na área, tirou com extrema facilidade de Bruno Viana e finalizou com força.
Só aí Ceni se deu conta de que precisava ter mais de sua força máxima em campo e lançou Diego e Arrascaeta. Mas, apesar da ampla superioridade técnica dos rubro-negros, a LDU se encolheu ainda mais.
O gol do alívio, de Gustavo Henrique, aos 42, veio mais na base do sufoco do que pela técnica. Ele cabeceou falta cobrada por Arrascaeta. Um empate que salvou as escolhas erradas de Ceni e a péssima atuação do time.
Fonte: O Globo