Foi apenas o segundo jogo de Fermando Diniz à frente do Santos. É verdade que ele nem esteve à beira de campo, uma vez que foi expulso contra o Boca Juniors. De qualquer forma, é muito pouco tempo para o time já mostrar sinais mais claros da característica mais marcante do estilo do treinador: a posse de bola. Se o trabalho tivesse começado antes, talvez a sorte santista teria sido outra na derrota para o The Strongest, da Bolívia, pela Libertadores.

Os números são frios e às vezes dizem verdades pela metade. Quem apenas olha a estatística de posse de bola do Santos em La Paz, pode pensar que já foi um desempenho com a assinatura do treinador. Foram 64% de controle, contra 36% do The Strongest. Mas esse número só se construiu depois que os donos da casa abriram 2 a 0 no placar, com razoável facilidade.

Antes disso, o Peixe parecia sentir os efeitos da conhecida, mas sempre desgastante altitude da cidade boliviana, e seu ar rarefeito a 3.640 metros acima do mar. Estava com uma rotação abaixo do rival, que aproveitou para construir boa vantagem, com direito a gol de brasileiro: Willie, ex-Vitória, Vasco, América-MG e Ceará, entre outros clubes. As equipes foram para o intervalo com posse de bola equilibrada, 56% para os santistas, 44% paras os adversários.

O Santos passou a ter mais a posse de bola ao passo que o The Strongest claramente recuou as linhas defensivas. Uma pena para o Peixe que isso não tenha vindo antes. Reter o controle das ações, da velocidade da partida, é uma boa alternativa para o time visitante reduzir a vantagem do mandante em um cenário de altitude. Quem tem a bola se desgasta menos e fica mais distante de sofrer com a diferença na velocidade da bola.

Combinações

Agora, o time da Vila Belmiro corre o risco de deixar a Libertadores ainda na primeira fase. Fará toda diferença o resultado da partida entre Barcelona (EQU) e Boca Juniors (ARG). O mellhor dos cenários é uma vitória dos equatorianos. Com ela, a trupe de Fernando Diniz chegará à última rodada dependendo de uma vitória sobre a equipe de Guayaquil, já classificada, para avançar sem depender dos outros.

Não será de todo ruim se o Boca Juniors vencer quinta-feira. O Santos teria de vencer o Barcelona em um confronto direto, na casa do adversário, para se classificar. Ainda assim, dependeria apenas de si.

O pior dos mundos é um empate entre Boca e Barça. Se ele acontecer, o Santos terá de vencer o Barcelona do mesmo jeito na última rodada, com os equatorianos ainda precisando vencer para terminar em primeiro do grupo. Com um porém: tendo de torcer contra os argentinos da Bombonera.