O Fluminense dependeu do alinhamento de seus dois astros principais para dar início à virada no Maracanã. Quando ele ocorreu, a má atuação diante do Santa Fe, da Colômbia, ficou para trás. Kayky encontrou Fred e o camisa 9 encontrou o gol de empate no jogo que terminou em 2 a 1 ? Jersson abriu o placar para os visitantes e Caio Paulista fez o segundo tricolor.
É um desperdício por parte de Roger Machado não construir o jogo tricolor mais em torno desses dois atacantes especiais com prazo de validade curto no tricolor. O garoto de 17 anos está vendido ao Manchester City. Já o veterano de 37 não sabe até quando conseguirá driblar os efeitos danosos e inevitáveis do tempo.
Ambos precisam ser potencializados. Não de forma isolada e sim como peças complementares. Quando jogaram próximos, houve o encontro de talentos, o contra-ataque de poucos toques que terminou em gol.
? Eu oriento muito o Kayky nos treinos, para que quando ele partir com a bola dominada, me procure na área. Vou estar lá para fazer o pivô, para finalizar ? explicou Fred, com tom professoral que as duas décadas de carreira explicam.
Uma pena que esse contato em campo foi pequeno. Na maior parte do tempo, eles estiveram separados. Kayky, escondido na beirada direita do ataque, tendo que compor a segunda linha defensiva porque Nenê não tem mais fôlego para fazê-lo. Já o Fred, isolado na frente, vendo a má atuação do meio de campo expor a defesa e restringir as opções ofensivas.
O centroavante não é apenas o jogador da finalização certeira ? com o gol, Fred chegou a 22 na Libertadores e se tornou o terceiro maior artilheiro brasileiro na competição. Como ele mesmo disse, é capaz também de fazer a parede, o pivô, chame como quiser. O primeiro chute do Fluminense em direção ao gol na partida saiu apenas no segundo tempo, depois que Fred escorou para Gabriel Teixeira pegar mal na bola. Se fosse Kayky quem estivesse mais próximo para receber o passe, talvez a conclusão da jogada seria diferente.
Virada na chuva
Não foi o caso e quem abriu o placar foi o Santa Fe. Melhor durante todo primeiro tempo e no começo do segundo, saiu na frente com um belo contra-ataque concluído por Jersson. O domínio acabou aí, depois do gol, muito em parte pelo empate providencial do time das Laranjeiras, apenas dois minutos depois.
? Vivemos um momento bom, especial, fruto do trabalho da comissão técnica do Roger. Estamos tendo uma sequência de jogos decisivos, em um grupo difícil da Libertadores e somamos oito pontos. A temporada tem sido boa, tanto no individual quanto no coletivo ? afirmou Fred, após a vitória.
A superioridade dos colombianos, tão clara até o gol do ex-centroavante da seleção, manteve-se viva apenas nos números finais da partida ? foram 16 finalizações do Santa Fe, contra nove do tricolor, 56% de posse de bola dos visitantes.
Isso porque, veio o empate, a chuva caiu mais forte no Maracanã e o melhor futebol debandou para o lado do Fluminense. As mexidas do técnico Roger Machado funcionaram, sinal também de que o esforço da diretoria para encorpar o elenco foi bem feito. Cazares, que entrou no lugar de Nenê, descolou ótimo lançamento para Caio Paulista, que substituiu Kayky. A batida foi bonita, com estilo, sem chances para Castellanos: 2 a 1.
Na sequência, o Fluminense esteve mais perto do terceiro gol, inclusive com o próprio Caio Paulista, do que o Santa Fe de empatar. Em um dos grupos mais difíceis da Libertadores, o tricolor é líder isolado, com oito pontos. Estão deixando o tricolor sonhar, no embalo dos encontros entre Kayky e Fred.
Fonte: O Globo