Estrela da vitória do Fluminense por 3 a 1 sobre a Portuguesa, neste domingo, Kayky tem pouco tempo para encantar os torcedores do Fluminense e “fazer história”, como afirmou na entrevista após a partida. Com ida ao Manchester City marcada para janeiro do ano que vem, o atacante de 17 anos não se intimida, e mostra que o tricolor poderá contar com seu raro talento em uma temporada em que precisa encorpar um elenco competitivo para Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.
? Fico feliz pelo momento que eu tenho tido no clube. Estou marcando história aqui no clube que me revelou. Eu sempre treino essa jogada individual. Subir para o profissional e conseguir ir para a final é um momento único. Quem quer conquistar título não escolhe adversário. Com ou sem favorito, será campeão quem jogar melhor ? disse o atacante, referindo-se a seu gol na partida, um lindo lance de velocidade concluído com uma finalização por baixo das pernas do goleiro Neguete.
A velocidade e os dribles do jovem atacante de 17 anos mostraram mais uma vez por que ele rapidamente ganhou o status de titular absoluto na equipe. Com dez minutos em campo, o atacante recebeu de Martinelli em profundidade pela direita e cruzou para Gabriel Teixeira desempatar. Dez minutos depois,matou a partida, após um novo passe de Martinelli, soberano no meio.
Os lances animaram Roger Machado, que inevitavelmente teve que poupar o time para a partida deste domingo, após uma intensa maratona de viagens pela Libertadores. O Fluminense fez uma série de contratações devido à volta ao continental, mas é a “geração de ouro” de Xerém que tem liderado a competição pelas vagas de titular na rotação tricolor. Tanto o técnico, como Martinelli, Luiz Henrique, Calegari, Gabriel Teixeira e Kayky, farão sua primeira final pelo Fluminense ? no caso dos jovens, pela equipe profissional.
? Acho que essa mescla de jogadores mais rodados com juventude é a alquimia certa. Em outro momento, vi o Fred falando da alegria, espontaneidade e, por vezes, a boa irresponsabilidade desses jogadores, que faz com que eles sejam imprevisíveis em alguns momentos ? avaliou o técnico.
O jogo
Fluminense e Portuguesa já haviam feito uma grande partida no primeiro confronto pela semifinal do Campeonato Carioca, no último domingo, e repetiram a dose. A vitória por 3 a 1 do tricolor, com gols e ótimas atuações de Gabriel Teixeira e Kayky, encerrou a bela campanha da Lusa da Ilha do Governador, que disputou as semifinais do estadual pela primeira vez em sua história.
O Carioca, pela segunda vez consecutiva, será definido em Fla-Flus: os de número 432 e 433. Não haverá vantagem do empate na decisão, e uma igualdade no placar agregado leva a definição à disputa de pênaltis.
Com equipe mista, Roger poupou nomes como Fred e Nenê. Do empate em 1 a 1 contra o Junior Barranquilla, apenas Marcos Felipe, Nino, Martinelli e Yago começaram o duelo como titulares.
Em jogo aberto, o Fluminense encontrava espaços pelo meio, em triangulações com boa participação de Ganso, mas pecava nas finalizações. Pelo lado da Lusa, as chegadas em velocidade pelas laterais assustaram a defesa tricolor. Foi numa dessas trocas de passe que o Flu abriu o placar: o camisa 10 tricolor tabelou com Yago e rolou para o volante acertar lindo chute colocado da entrada da área.
Com o empate em 1 a 1 na primeira partida e a vantagem do empate para o lado tricolor, a abertura do placar obrigou a Portuguesa se expor. A Lusa mostrou a valentia de uma equipe que encerra o estadual com uma única derrota contra os quatro grandes do Rio. Jogando com dores, no sacrifício, o atacante Jhulliam era o mais perigoso da equipe insulana, e foi justamente com ele que a equipe chegou ao empate: foi derrubado por Marcos Felipe após receber belo lançamento, e Chay cobrou bem a penalidade para empatar.
No segundo tempo, Roger lançou mão de Kayky no lugar de Cazares. Foi ali que show do jovem começou e a partida ganhou números finais.
Fonte: O Globo