A vacinação do atletas e dos credenciados que vão aos Jogos de Tóquio deve começar na terça-feira que vem e será realizada em instituições militares. Os beneficiados, que chegam a cerca de 1.500 pessoas, poderão se vacinar em seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília e Porto Alegre.

Olimpíada:Saiba como estão os veteranos do Brasil que vão à sétima Olimpíada em Tóquio-2020

Nesse primeiro momento, serão usados imunizantes do estoque do Ministério da Saúde, uma vez que a doação do Comitê Olímpico Internacional (COI) ainda não chegou no país. Este processo corre em paralelo. Assim que as doses chegarem ao país, serão incorporadas ao estoque.

Segundo o acordo firmado entre as instituições brasileiras com o COI, para cada membro da comitiva olímpica e paralímpica do Brasil vacinado, outras duas doses serão doadas para a população local. Assim, o SUS receberá cerca de 6 mil doses (suficiente para vacinar 3.000 pessoas).

Tóquio-2020:Por Covid, Brasil cogita não ir à Cerimônia de Abertura da Olimpíada

Eles já estão vacinados: Atletas brasileiros começam a ser vacinados no exterior; veja o que contam

Esse grupo começará a se vacinar antes da doação entrar no estoque por causa da data de início dos Jogos Olímpicos, em 23 de julho. Isso porque há o tempo de espera entre a aplicação da primeira e da segunda dose do imunizante.

Assim, os contemplados deverão tomar a CononaVac, uma vez que o prazo para a segunda dose é menor se comparado ao da AztraZeneca.

A urgência se dá ainda por causa das viagens frequentes dos atletas em busca de classificação ou em estágio final de preparação.

Leia também: A 100 dias dos Jogos Olímpicos, Brasil aposta na força das mulheres

O COI  recebeu as doses, também doadas, do Comitê Olímpico Chinês e do laboratório chinês Sinovac (que desenvolveu a vacina CoronaVac). Há ainda a possibilidade de uso do imunizante da Pfizer-BioNTech, que anunciou nesta quinta-feira acordo com COI.

Mas, o Brasil pode adotar protocolo em que há espaçamento de 12 semanas entre as duas doses, o que inviabilizaria a imunização a tempo da competição.

Tóquio 2020:Decisão sobre presença de público fica para junho; comitê local cogita arquibancadas vazias

O COB ainda organiza a logística para que os atletas que moram no exterior possam entrar no Brasil e se vacinar. Não existe a possibilidade dos atletas se vacinarem no exterior com este esquema oferecido pelo COI. Eles precisarão viajar ao Brasil.

Há porém, atletas brasileiros que moram no exterior e que já estão vacinados. Esse número pode chegar a 100. Além disso, o COB aproveitou viagens de atletas ao exterior para imunizá-los com a ajuda dos comitês olímpicos nacionais. Caso do atletismo e do skate, ambos nos EUA.

Doping:Nadador Andre Calvelo foi pego em antidoping por uso de drostanolona, mesmo anabolizante de Anderson Silva

Atletas e todos os brasileiros que trabalharão efetivamente no evento e na cobertura do Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Tóquio foram incluídos no grupo prioritário do Plano Nacional de Vacinação, após decisão do Ministério da Defesa, Ministério da Saúde e do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Em março, as Forças Armadas já haviam incluído os atletas militares entre as prioridades e, segundo apuração do GLOBO, esta decisão “forçou” o crescimento da lista de beneficiados.

A 100 dias para a Olímpíada:veja os candidatos a estrela em Tóquio

Oficialmente, o COI diz que a imunização não é obrigatória aos atletas, mas trabalhou nos bastidores para que o máximo de pessoas envolvidas nos Jogos recebam a vacina.

Mesmo protegidos, os atletas serão testados antes do embarque ao Japão, na chegada ao país sede dos Jogos, e também diariamente.

#nuncaésóesporte:Vacinação de delegação olímpica é absurdo ético

Outros países já vacinaram seus atletas ou o farão antes dos Jogos, como Israel, Alemanha, Hungria, México, Austrália, Itália, Bélgica, Reino Unido, China, EUA, Dinamarca, Nova Zelândia, Espanha, entre outros.Apesar do COI

Na nota nesta quinta-feira, o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, destacou que a distribuição de vacinas “é mais um instrumento na caixa de ferramentas de medidas que vai ajudar a fazer dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio-2020 um evento seguro para todos os participantes”.