Cada gol de Pedro é um reforço para os milhões de técnicos do Flamengo espalhados pelo país se debruçarem sobre suas pranchetas imaginárias. Caberia o atacante na equipe titular de Rogério Ceni? Onde, no lugar de quem? O jogo contra o Volta Redonda trouxe respostas fáceis, não necessariamente verdadeiras, para as perguntas. Entraria Pedro, autor dos três gols da vitória por 3 a 0, e sairia Everton Ribeiro, em má fase que parece sem data para acabar.

O meia perdeu gols, errou passes e foi substituído ainda no começo do segundo tempo. Pedro foi o oposto: marcou três vezes, foi participativo e ainda jogou até o final, terminando a partida atuando ao lado dos titulares Diego, Bruno Henrique e Arrascaeta. Parece até que Rogério Ceni está fazendo os mesmos questionamentos.

O problema dessa solução simplista é que ela ignora dois aspectos. Pedro não é jogador da posição de Everton Ribeiro. E não há quem já seja titular e possa ser deslocado para exercer a função do camisa 7.

A entrada de Pedro implicaria numa mudança considerável no esquema tático rubro-negro. Gabigol conseguiria render o mesmo que rende hoje, cheio de liberdade para se movimentar, tendo o Pedro mais plantado dentro da grande área? Ficam as dúvidas para Rogério Ceni tentar solucionar.

São milhões de técnicos, mas apenas ele tem o poder da caneta. O ex-goleiro é quem decide o que fazer e quando fazer. Pode muito bem não fazer nada e aproveitar o Carioca justamente para dar a Pedro os minutos em campo que não tem quando Gabigol joga.

O Flamengo caminha para a previsível classificação para a final ? com a vitória deste sábado, pode até perder por 3 a 0 no jogo de volta que ainda assim avança ? e, no total, serão quatro partidas em que aplacará o afã por Pedro ou então estudará como colocá-lo no time titular.

A temporada é longa e o atacante certamente será importante, começando as partidas ou não.