Só mesmo o torcedor do Fluminense é capaz de entender a simbiose entre Fred e o clube. Quando o atacante retornou, aos 36 anos, a torcida depositou uma esperança que não condizia com a contratação de um jogador em reta final da carreira. O início desta temporada mostrou aos demais o que só os tricolores viam. O centroavante recuperou aos poucos seu protagonismo e, nos 2 a 1 sobre o Santa Fe, em Armenia, na Colômbia, mostrou mais uma vez porque é ídolo.

Ranking:Os 30 maiores ídolos da história do Fluminense

Hoje com 37 anos, Fred é peça-chave da boa fase do Fluminense. Todos os três gols da equipe na competição foram marcados pelo camisa 9. Na temporada, são oito em sete partidas. Seu peso ficou ainda mais evidente nesta quarta, quando chegou aos 185 gols com a camisa tricolor e assumiu o posto de segundo maior artilheiro da história do clube.

Mais importante do que a marca individual foi o que os dois gols desta quarta permitiram ao Fluminense. O time chegou aos quatro pontos e divide a liderança do Grupo D ao lado do River Plate. Daqui a uma semana, os tricolores voltam a jogar na Colômbia, só que contra o Junior Barranquilla.

O jogo

Apesar do poder decisivo de Fred, o recuo excessivo do time e erros individuais deram contornos de drama a uma vitória que poderia ter sido tranquila. E fizeram o goleiro Marcos Felipe também sair do estádio como herói.

A partida começou bem ao estilo do que foi o jogo: com o Santa Fe buscando o protagonismo para si. Os donos da casa encontraram no lado direito do Fluminense o caminho para chegar mais perto do gol. Só que pecaram justamente naquele que foi o maior mérito dos tricolores: a eficiência na frente.

Martín Fernandez:A Superliga e os estaduais

Enquanto o Santa Fe abusou dos erros de conclusão, o Fluminense foi certeiro logo na primeira oportunidade. Aos 4, Kayky fez bela jogada pela direita e acionou Nenê, que com um toque de calcanhar deixou Fred em condições de marcar na saída do goleiro.

O gol não só mostra a boa fase de Fred como também sua ótima sintonia com Nenê. Foi o terceiro gol do camisa 9 na temporada com assistência do meia. O que explica por que, apesar da idade, a dupla segue titular.

Holan deixa o Santos:Por que técnicos estrangeiros têm durado pouco no Brasil

A vantagem no placar logo no começo da partida (algo raro para o Fluminense de Roger Machado) era tudo o que os tricolores precisavam. Com um estilo reativo, ficaram confortáveis para deixar o adversário ter a posse e aproveitar os contra-ataques. Quase ampliaram ainda no primeiro tempo, quando Kayky acertou a quina da trave aos 33.

Se não estava em uma boa noite para concluir, Kayky foi muito bem na criação das jogadas. Assim como no primeiro gol, ele teve participação importante no segundo. Com um minuto da etapa final, o jovem atacante acionou Egídio, que cruzou na medida para Fred, de cabeça, ampliar.

Seria uma noite perfeita para os tricolores não fosse a postura defensiva. O time jogou com as linhas defensivas recuadas demais, o que deu muito espaço para o Santa Fe trabalhar a bola. Com dificuldade para furar a retranca e chegar com perigo na área, os colombianos descobriram nas bolas levantadas um escape.

Aos 5, Giraldo recebeu livre na área e diminuiu o placar. Além do recuo excessivo, Egídio e Luccas Claro falharam no lance. Os dois ficaram olhando a bola levantada e não perceberam o adversário passar entre eles para ficar cara a cara com Marcos Felipe.

Roger Machado ainda apostou em algumas das substituições que já haviam dado certo no empate com o River Plate, na semana passada. Entre elas, a entrada de Cazares, que mudou a postura do time no duelo da primeira rodada. Só que a expulsão de Egídio, aos 25, atrapalhou seus planos.

Com um a menos, o Fluminense se viu fadado a sofrer com a pressão colombiana até o fim. E aí foi a vez de Marcos Felipe brilhar. O goleiro fez uma série de defesas difíceis. A mais comemorada aos 48, num lance de muito reflexo.