Atletas e todos os brasileiros que trabalharão efetivamente no evento e na cobertura do Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Tóquio serão vacinados. Esta é uma decisão do Ministério da Defesa em comum acordo com o Ministério da Saúde e o Comitê Olímpico do Brasil (COB). Assim, essas pessoas, cerca de 1,5 mil, incluindo jornalistas, entrarão no grupo prioritário do Plano Nacional de Vacinação. Em março, as Forças Armadas já tinham incluído os atletas militares entre as prioridades e, segundo apuração do GLOBO, esta decisão “forçou” o crescimento da lista de beneficiados.

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A lista dos brasileiros que vão a Tóquio foi elaborada pelo COB, que uniu os interesses do governo federal com a oferta de doação do Comitê Olímpico Internacional (COI). Essas doses chegarão ao Brasil via Ministério da Saúde e serão disponibilizadas para a população em geral. Os atletas e credenciados dos Jogos de Tóquio poderão se vacinar nos postos de saúde já a partir da semana que vem.

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O COB vai organizar a logística de atletas que moram no exterior e que ainda não se vacinaram para que eles possam tomar as doses no Brasil.

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A dinâmica será a seguinte: o COI, que receberá doação da vacina Coronavac, via Comitê Olímpico Chinês, disponibilizará as doses ao governo federal. Para cada membro da comitiva brasileira, serão oferecidas outras duas doses para a população. Assim, o SUS receberá cerca de 6 mil doses (suficiente para vacinar 3.000 pessoas).

Essas doses extras seriam uma  “compensação” aos brasileiros que aguardam sua vez na fila. Por causa dos prazos para a vacinação da segunda dose, o COB tem pressa em imunizar os atletas, uma vez que a grande maioria viaja ao exterior antes mesmo da data prevista para a Abertura dos Jogos, em 23 de julho. Segundo levantamento não oficial, cerca de 80 atletas e membros de comissão técnica já foram vacinados fora do Brasil.

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Como grande parte das modalidades ainda não têm seus convocados definidos, seja porque os atletas ainda podem se qualificar, como no caso do atletismo, seja porque a convocação depende de critérios técnicos, como no vôlei e no futebol, a lista de quem será vacinado é larga.

Já com o tempo para a maratona, Daniel Chaves ainda aguarda a lista final do COB no dia 31 de maio. Ele considerou a decisão do governo acertada uma vez que as vacinas são de um lote específico e haverá contrapartida.

?Dado o momento em que vivemos no Brasil referente ao Covid e o risco iminente de chegar ao Tokyo e ainda correr o risco de testar positivo e ficarmos impossibilitados de competir, acho que é uma decisão acertada do Time Brasil. Moralmente, caso eu receba a vacina fico tranquilo por não serem vacinas retiradas da campanha de vacinação nacional e sim um lote especifico para os atletas que irão aos jogos e doados pelo governo chinês ? disse o maratonista.

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Pepê Gonçalves, da canoagem slalom, também comemorou a notícia.

? Fico feliz com a notícia, claro, ainda mais sabendo que os brasileiros serão beneficiados também porque pelo que li, a cada dose destinada a um atleta, duas outras doses serão doadas para a população do nosso país ser vacinada. Então, sou só alegria por aqui com essa novidade. Eu tenho muita confiança nas ações do COI e do COB, que estão sempre pensando na nossa segurança e como nos dar o suporte necessário para que possamos competir focados nos jogos. Estou aqui em Praga, treinando bastante, para buscar essa medalha inédita para o nosso país ? Pepê Gonçalves.

Oficialmente, o COI diz que a imunização não é obrigatória aos atletas, mas trabalhou nos bastidores para que o máximo de pessoas envolvidas nos Jogos recebam a vacina. Mesmo protegidos, os atletas serão testados antes do embarque ao Japão, na chegada ao país sede dos Jogos, e também diariamente. Há desconfiança que os não vacinados sejam tratados de forma diferente em relação aos demais.

Outros países já vacinaram seus atletas ou o farão antes dos Jogos, como Israel, Alemanha, Hungria, México, Austrália, Bélgica, Reino Unido, EUA, Dinamarca, Nova Zelândia, Espanha, entre outros.