Cerca de 48 horas depois do anúncio da Superliga, o Manchester City anunciou que está fora do bloco de clubes que tinha como objetivo lançar um torneio concorrente à Liga dos Campeões da Europa.

Em um comunicado curto publicado nesta terça-feira, o City disse que iniciou “formalmente os procedimentos para se retirar do grupo”. Oficialmente, o time de Manchester é o primeiro a pular fora do barco. Nos bastidores, o Chelsea faz movimento similar, mas ainda não declarou a mudança de rumo.

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O cenário nos últimos dois dias foi de pressão das entidades que administram o futebol – leia-se Fifa e Uefa -, além de críticas por parte dos torcedores, alguns técnicos e até jogadores. O bloco original tinha, além de City e Chelsea, Manchester United, Liverpool, Arsenal, Tottenham, Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Milan, Juventus e Inter de Milão.

O City é um dos semifinalistas da atual temporada da Champions e enfrentará o Paris Saint-Germain. O presidente da Uefa, Alexander Ceferin, comemorou a postura do City.

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– Fico feliz em receber o Manchester City de volta à família do futebol europeu. O clube mostrou grande inteligência ao ouvir as muitas vozes – notadamente dos fãs – que expressaram os benefícios vitais do atual sistema do futebol europeu. Como eu disse no Congresso da Uefa, é preciso coragem para admitir um erro, mas eu nunca duvidei que eles teriam a habilidade e o bom senso para tomar essa decisão – disse Ceferin.

Colapso

Depois do anúncio da Superliga na noite de domingo (horário de Brasília), a segunda-feira viu nascer posições contrárias à iniciativa. Nesta terça, houve um protesto mais intenso por parte de torcedores do Chelsea. Em relação ao City, até o técnico Pep Guardiola se colocou em oposição à tentativa de fundar um torneio separatista, sem rebaixamento.

? Não é um esporte se o sucesso está garantido ou se não importa quando você perde. Já disse muitas vezes que quero uma Premier League de sucesso, não apenas uma equipe no topo. Eles (criadores da Superliga) precisam esclarecer porque essas equipes estão e outras não, como é o caso do Ajax, que tem quatro títulos da Liga dos Campeões ? disse Guardiola.

Entes governamentais na Inglaterra também aderiram ao movimento contrário à Superliga. O primeiro-ministro Boris Johnson foi um deles. Membros do parlamento britânico até mandaram carta aos clubes.

? A decisão do Chelsea e do Manchester City é ? se confirmada ? absolutamente acertada e elogio-os por isso. Espero que os outros clubes envolvidos na Superliga Europeia sigam o seu exemplo ? escreveu Johnson no Twitter.

Em um comunicado replicado nas redes sociais durante esta terça, o elenco do Liverpool, um dos 12 fundadores da Superliga, foi claro: “Não gostamos e não queremos que isso aconteça. É a nossa posição coletiva. Nosso compromisso com este clube e com seus torcedores é absoluto e incondicional?.

No Manchester United, a crise já gerou ao anuncio de que o vice-presidente executivo, Ed Woodward, deixará seu cargo ao fim de 2021.