A recente divulgação de diversos estudos e pesquisas comprovando a relação direta entre o uso de desodorantes antitranspirantes com o surgimento de alergias, irritações na pele, foliculite e nódulos colocou o uso do produto sob outra perspectiva.
Os movimentos de clean beauty, ou “beleza limpa”, que incentivam a busca por cosméticos livres de ingredientes nocivos à saúde do corpo e do planeta, também colaboram para a migração contínua para as versões mais naturais.
Atualmente, o mercado já oferece inúmeras fórmulas, das mais in natura até as mais elaboradas, com fragrâncias e texturas diferenciadas. Entretanto, a dra. Letícia Rautha, médica dermatologista e grande entusiasta da dermatologia natural, conta que, há muitos anos, seu pai, também dermatologista, já prescrevia leite de magnésio para seus pacientes usarem no lugar do tradicional desodorante.
“Ele sempre foi adepto de várias substâncias ancestrais para tratar as doenças e questões da pele e isso me influenciou bastante, tanto pessoal quanto profissionalmente”, afirma.
Segundo a doutora, o alumínio presente nos antitranspirantes podem causar obstruções: “A nossa pele é toda revestida por queratina, como se fosse uma blindagem para nos proteger. Por uma questão genética, algumas pessoas têm mais queratina na saída do pelo, o que pode causar entupimentos. Por sua vez, os sais de alumínio podem contribuir para esse problema, complicando a saída do pelo e obstruindo as glândulas apócrinas e écrinas, responsáveis por produzir o suor. Isto gera uma série de complicações, entre elas a foliculite e a hidrabenite, uma doença de obstrução do pelo”.
A dermatologista ainda acrescenta que, para além do alumínio, os outros componentes sintéticos presentes na fórmula, como fragrâncias, conservantes, parabenos, silicones e parafina, também podem ser prejudiciais à saúde. “A dermatite de contato, ou alergia, é muito comum em pacientes que fazem uso de desodorante antitranspirante. Estes ingredientes são muito pesados para estarem em contato direto com a pele do corpo, a própria parafina, por exemplo, é um derivado do petróleo”, esclarece.
Para Letícia, a melhor saída é a transição para as versões orgânicas ou veganas do produto, mas ela alerta que como tudo na dermatologia natural, é preciso paciência.
“A substituição é realmente um processo de adaptação. O leite de magnésio consegue segurar a transpiração e você pode aliá-lo a desodorantes naturais de sua escolha.” Para quem se preocupa com o mau odor, ela tranquiliza: “Hoje em dia, várias marcas investem em versões com probióticos, que equilibram a flora das axilas e entregam um bom resultado!”, comenta.
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Fonte: Terra Saúde