A lógica da tabela prevaleceu. Esqueça tradição ou orçamento. A Portuguesa mostrou mais uma vez por que está em terceiro lugar no Carioca. Pior para o Botafogo, que não foi além de um empate por 1 a 1 no Giulite Coutinho, em Edson Passos, e perdeu uma chance valiosa de se posicionar melhor no campeonato.
O alvinegro está em quarto, com 11 pontos, mas pode perder o posto para Fluminense e/ou Madureira, que ainda jogam na rodada.
O resultado mostra uma maturidade da equipe da Ilha do Governador, que foi buscar o resultado apesar de ter um jogador a menos desde o primeiro tempo.
No Botafogo, a apresentação reforça a dificuldade da reconstrução do time. São oito rodadas de estadual, jogadores ainda estão chegando e saindo, mas é preciso abrir os olhos para os problemas no tropeço diante da Portuguesa.
? A gente deveria ter aproveitado. Ainda precisamos evoluir na transição, na tomada de decisão, para termos mais tranquilidade. Ainda é um grupo em formação, buscando melhor performance. Queríamos vencer, mas as coisas não vão acontecer de uma hora para a outra ? disse o volante Ricardinho, capitão do Botafogo na partida.
E pensar que com menos de um minuto de jogo o Botafogo abriu o placar, dando a impressão que a atuação seria consistente. Nesse minuto, que calhou de ser um engano, o ritmo acelerado pela esquerda teve como desfecho a finalização de Felipe Ferreira.
Foi uma das poucas chances criadas pelo Botafogo com tamanha fluência. O enredo do jogo foi uma Portuguesa que tratou muito bem a bola, foi organizada e envolvente.
Bem treinada por Felipe Surian, a Portuguesa apostou no popular jogo apoiado. Isso deixou o meio-campo do Botafogo em maus lençóis e a defesa ficou exposta. A Lusa teve um gol anulado no primeiro tempo. Jhulliam reclamou com o árbitro Bruno Arleu porque a justificativa da arbitragem foi um suposto toque de mão do atacante. Nem com as imagens deu para concluir muita coisa. Não há árbitro de vídeo na fase atual do Carioca.
Mas a Portuguesa se insurgiu mesmo com o árbitro quando Arleu mostrou vermelho direto para o volante Muniz. A situação foi tosca mesmo: um lance típico de futebol americano (tackle) para frear Rafael Navarro. A discussão é se a situação era clara e manifesta de gol, já que ainda tinha outro defensor no lance.
Marcelo Chamusca já tinha apontado durante a parada técnica a falta de agressividade do Botafogo e a falta de organização para pressionar a Lusa. A aposta após o intervalo foi tirar Matheus Babi, que negocia saída do Botafogo, mas foi titular, colocando o volante Kayque.
Mas quem parecia ter um jogador a menos ? e isso foi textualmente dito por Chamusca na parada técnica do segundo tempo ? era o próprio Botafogo.
A mescla de acomodação com falta de inspiração teve seu preço aos 30 minutos da etapa final. Chay acertou um lindo chute de fora da área. No ângulo.
No desespero, o Botafogo até conseguiu uma chance clara nos instantes finais. A Portuguesa, com brios e organização, não deixou o ponto escapar.
Fonte: O Globo