Dois times em boa fase, dois inícios acelerados de cada tempo, dois gols. Botafogo e Vasco iniciaram a Taça Rio com um empate em 1 a 1 que não ficou ruim para ninguém. O Botafogo, com time misto, enfrentará o Cuiabá pela Copa do Brasil, no meio da semana, com a sensação de viver fase crescente. O Vasco, por sua vez, completa dez jogos em 2019 sem saber o que é derrota.
Zé Ricardo não só poupou quatro de seus titulares como também mudou ligeiramente a forma de jogar deste Botafogo, que ainda não mostra uma identidade clara em campo. Erik, deslocado para o comando do ataque na ausência de Kieza, atuava como um falso nove no 4-1-4-1 esquematizado pelo treinador, que antes vinha armando a equipe com três atacantes ou dois homens mais adiantados.
O jovem volante Rickson mostrou insegurança como um meia pela direita. Alan Santos marcava e articulava o jogo, mas Leo Valencia era pouco combativo, dando espaços à saída de bola do Vasco. Na esquerda, Luiz Fernando não se entendia com Gilson. Na primeira trapalhada entre os dois, aos seis minutos, Bruno César roubou, Cáceres cruzou e Pikachu, muito livre na área, teve duas chances para vencer Gatito e abrir o placar.
O Vasco levou perigo outras duas vezes antes dos dez minutos de jogo, ambas com Maxi López. A partir daí, embora o Botafogo avançasse demais suas linhas e pressionasse mal no campo de ataque, os contra-ataques do time de Alberto Valentim não renderam grandes chances até o intervalo. As substituições, no segundo tempo, seriam decisivas no clássico. No lado do Botafogo, trouxeram acertos pontuais. No Vasco, foram motivo de certa instabilidade.
Além de trocar o cão de guarda Jean por Gustavo Bochecha, volante que sai mais para o jogo, Zé Ricardo aproximou Leo Valencia de Erik, desenhando um 4-4-2 mais familiar a seus jogadores. Também aproveitou a saída de Alan Santos, com dores na lombar, para lançar o meia Gustavo Ferrareis pela esquerda e inverter Luiz Fernando.
O gol de Marcelo aos oito minutos, cabeceando meio no susto após desvio de Maxi López, pode ter dado a impressão ? errônea ? de que o empate era obra do acaso. Dez minutos depois, quando Luiz Fernando cruzou da direita e Ferrareis acertou a trave, ficou claro que o Botafogo havia entrado no jogo.
Pouco depois do gol de empate, a reclamação de Maxi López ao ser substituído por Ribamar foi uma faísca desnecessária. Valentim tentava aumentar a mobilidade de seu ataque, e o argentino, visivelmente longe da melhor forma, tinha caído de desempenho no jogo.
Houve um momento em que Botafogo e Vasco pareciam igualmente próximos do segundo gol. Depois da entrada de Lucas Santos, o Vasco voltou a impor ritmo no ataque e criou chances com Bruno César e Andrey, este último em gol corretamente anulado. No outro lado, Fernando Miguel salvou um cabeceio de Gabriel, à queima-roupa, e um chute forte de Valencia. No fim, ninguém saiu vitorioso, mas tampouco insatisfeito.
Ficha do jogo:
Botafogo: Gatito Fernández, Marcinho, Marcelo, Gabriel e Gilson; Jean (Gustavo Bochecha), Rickson (Wenderson), Alan Santos (Gustavo Ferrareis), Leo Valencia e Luiz Fernando; Erik.
Vasco: Fernando Miguel, Cáceres, Werley, Leandro Castan e Danilo Barcelos; Raul (Andrey), Lucas Mineiro, Rossi (Lucas Santos), Bruno César e Yago Pikachu; Maxi López (Ribamar).
Gols: 1T: Yago Pikachu, aos 6 minutos; 2T: Marcelo, aos 8 minutos.
Juiz: Grazianni Maciel Rocha.
Cartões amarelos: Marcelo, Erik, Maxi López.
Público pagante: 9.002 pagantes.
Renda: R$ 288.838,00.
Local: Estádio Nilton Santos.
Fonte: O Globo