O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reviu a decisão a favor da realização dos jogos do Campeonato Paulista no estado do Rio. Ele foi consultado formalmente pela Federação de Futebol do Estado do Rio e pela secretaria de Esportes do Rio sobre o pedido da Federação Paulista de Futebol (FPF). Nesta quinta-feira, o governo paulista suspendeu partidas no estado devido ao recrudescimento da pandemia do novo coronavírus.
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Segundo a assessoria de imprensa do Palácio Guanabara, que enviou nota, “o governador em exercício Cláudio Castro foi consultado sobre abrir estádios do Rio para o Paulistão, mas negou por conta do avanço dos números da Covid no estado”. Antes, havia dado sinalização positiva.
Com a decisão do governo de São Paulo de suspender as atividades esportivas no estado, o Rio de Janeiro chegou a dar aval para receber as partidas. Mas o Maracanã, principal palco carioca, descartou a possibilidade. Segundo a reportagem do GLOBO apurou, o estádio não recebeu consultas, mas o gramado não aguentaria mais partidas.
Os permissionários Flamengo e Fluminense mandam todos os jogos do Estadual do Rio no estádio. Se o Maracanã não é uma possibilidade, outros palcos do estado do Rio se apresentaram antes do Governo voltar atrás, e contaram com articulação da Federação de Futebol do Rio (FERJ).
Dirigentes de Volta Redonda e da Portuguesa informaram à reportagem que poderiam receber as partidas que ocorreriam em São Paulo no Raulino de Oliveira e no Luso-Brasileiro, respectivamente.
? A gente fez uma reforma no campo há pouco tempo, está excepcional. Só haverá os jogos da Portuguesa por enquanto ? disse o presidente Marcelo Barros.
Busca de opções
Os jogos que precisam trocar de praça urgentemente são os da Copa do Brasil, que a CBF manterá as datas. No dia 17, quarta-feira, o Marilia receberia o Criciúma. No dia seguinte, o Mirassol enfrentaria o Bragantino em Mirassol. A suspensão em São Paulo está prevista até o dia 30 de março.
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A Federação de Futebol do Rio entrou no circuito para direcionar as demandas da Federação de Futebol de São Paulo quanto aos estádios fluminenses. Há outras praças disponíveis, como São Januário, Nilton Santos, Elcyr Resende, Laranjão (jogo à tarde), Conselheiro Galvão, Moça Bonita. Enfim, todos os estádios que estão autorizados para jogos.
“Fui procurado pelo presidente da CBF, Rogério Caboclo, e o presidente da Federação Paulista, Reinaldo Bastos, sobre a possibilidade de receber no estado os jogos da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista. Desportivamente, não vejo nenhum obstáculo. O Protocolo Jogo Seguro é referência. Entretanto, eu não posso fazer nada sem comunicação ou ciência do Governador e Prefeito”, disse o presidente da Ferj, Rubens Lopes, mais cedo.
A ideia era dividir os jogos do Paulista entre Rio e Minas Gerais, que também se disponibilizou. E no momento é a principal opção.
Os clubes paulistas jogam ainda esse fim de semana e na segunda a FPF vai decidir como manter o calendário até 23 de maio. Além do que fazer com os jogos da Copa do Brasil. A primeira tentativa será manter as partidas no estado através de novos debates com o governo e o Ministério Público de São Paulo.
Recomendações
O MP também se manifestou em nota:
“O governador João Doria acatou a recomendação do procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, e suspendeu atividades esportivas, como jogos de futebol, e reuniões de caráter religioso no Estado de São Paulo, decretando a implementação, entre 15 de 30 de março, da fase emergencial, mais restritiva ainda do que a fase vermelha do Plano São Paulo.
Na recomendação, assinada no dia 9 de março, Sarrubbo destacou os diplomas legais e os acórdãos do Supremo Tribunal Federal que fundamentaram a sua decisão, assim como enfatizou que “o recrudescimento da situação causada pela covid-19, com o aumento do número diário de pessoas infectadas, de internações e de mortes”.
No começo da semana, os médicos que integram o gabinete de crise instituído pela PGJ para orientar os promotores e procuradores de Justiça no enfrentamento à pandemia apontaram a taxa de ocupação dos leitos de UTI e o maior índice de transmissibilidade das novas cepas do coronavírus como fatores críticos neste momento da crise sanitária”.
Fonte: O Globo