O Comitê Olímpico Internacional (COI) irá vacinar atletas para a Covid-19 com o imunizante fabricado na China. A notícia foi dada nesta quinta-feira, pelo presidente da entidade Thomas Bach. Ele afirmou que a China ofereceu as vacinas a todos os atletas que forem disputar os Jogos de Tóquio, a partir de julho deste ano. A oferta também será ampliada a quem se classificar para os Jogos de Pequim, em 2022 (Inverno).
Além disso, segundo a entidade, para cada dose para a equipe olímpica e paralímpica, o COI pagará por duas doses a mais que poderão ser disponibilizadas à população do respectivo país de acordo com suas necessidades.
Jogos Paralímpicos:Atletas têm prioridade, mas não sabem se serão vacinados contra Covid-19
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) informou via nota “que ainda não recebeu comunicado oficial sobre esta oferta e vai buscar mais informações através do Comitê Olímpico Internacional antes de qualquer manifestação sobre o tema, que será embasada a partir de uma análise das áreas médica e científica do COB”.
O diretor de esporte do COB, Jorge Bichara, comentou com O GLOBO que o ideal é que os atletas sejam vacinados o quanto antes, com cerca de dois meses de antecedência em relação ao Jogos.
Fura-fila olímpico:Atletas entram em um novo evento arriscado para garantir vacina antes dos Jogos de Tóquio
Explicou que, em contato com os comitês nacionais da Grã Bretanha e da Holanda, obteve a informação que alguns atletas tiveram reações ao imunizante de duas a três semanas depois de aplicadas as doses.
O Brasil faz reuniões semanais com os comitês dos EUA, Canadá, Grã Bretanha e da Holanda para troca de informações sobre a evolução da Covid e preparativos do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio.
? A situação de saúde se prepondera, mas já há uma série de discussões entre os médicos sobre a vacinação. Países onde atletas foram vacinados já constataram uma redução do desempenho destes nas semanas seguintes. Se a vacinação ocorrer, ela tem de ser feita o quanto antes. Porque não sabemos quais efeitos podem ocorrer numa vacinação próxima à competição alvo. E essas reações também podem variar de vacina para vacina como também podem ser diferentes de país para país? disse Bichara.
Segundo Bach, as doses estarão disponíveis através de colaboração com parceiros internacionais ou direto nos países onde já há acordos. O Brasil tem acordo com o fabricante chinês Sinovac, responsável pelo desenvolvimento da CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
? O Comitê Olímpico da China ofereceu vacinas não só para os atletas olímpicos dos Jogos de Interno de Pequim 2022, mas também para os de Tóquio 2020. Essa cooperação com o COI para disponibilizar as doses da vacina poderão ser de duas formas: via colaboração de parceiros internacionais ou em países em que já há acordos de fornecimento de vacina com o governo chinês? disse Bach, que foi reeleito presidente do COI, na véspera deste anúncio e cujo mandato irá até 2025.
Não foram divulgados detalhes desta distribuição,quantidade de doses, nem quando estarão disponíveis. Mas, Bach disse que o COI assinou a declaração de equidade da Organização Mundial da Saúde. Esta declaração prevê a administração de vacinas até o Dia Mundial da Saúde, 7 de abril.
O COI já havia informado que faria todos os esforços para tentar vacinar o máximo de atletas possíveis, mas deixou claro que a imunização não seria uma exigência para a disputa das competições olímpicas e paralímpicas. Segundo a entidade, essa iniciativa “é mais um marco na garantia da segurança dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. São a nossa demonstração de solidariedade para com o povo japonês, pelo qual temos muito respeito e por quem temos grande consideração”
Fonte: O Globo