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Flamengo e famílias podem finalizar acordo por indenizações em dois meses, estima desembargador



O Flamengo iniciou, nesta quinta-feira, as conversas com parentes das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu com a mediação do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). Segundo o desembargador César Cury, presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do tribunal, 13 famílias presentes ao encontro aceitaram iniciar o processo de mediação. Cury, numa estimativa otimista, afirmou que o acordo sobre indenizações pode sair em dois meses.

Três psicólogos, uma assistente social e staff médico do Flamengo acompanham a audiência, que conta com 40 pessoas no TJ-RJ. Ministério Público e Defensoria também acompanham a audiência.

– Há grande chance desse processo ser resolvido rapidamente. Diria que em alguns dias ou semanas. Tivemos a primeira reunião e todas as famílias presentes aderiram e a medicação começou. As questões são individualizadas. O processo de negociação pode ser também, mas não necessariamente – disse o desembargador Cesar Cury.

Famílias das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu aceitaram a mediação do Tribunal de Justiça e se reuniram, após uma primeira explanação das autoridades e do clube, com seus advogados. Os representantes do TJ e do clube saíram da sala e deixaram apenas os mediadores. Em seguida eles vão conduzir o diálogo para que o acordo se aproxime. A previsão é de pelo menos mais um encontro.

– Um processo judicial pode se eternizar e frustar as famílias. É um trabalho delicado encontrar os reais interesses das famílias. Elas perderam seus filhos, atletas promissores, de futuro, e todos esses fatores são levados para a mesa de conversação, além de aspectos sentimentais e morais. Encontrar um valor único como numa tabela não é o melhor caminho – afirmou o desembargador.

Familiares de Francisco Dyogo, um dos jovens atletas feridos no incêndio, disseram que não foram avisados da reunião nesta quinta-feira. Os parentes de Dyogo voltaram com o menino para Fortaleza, sua cidade natal, onde se recupera dos ferimentos.

Sem detalhar valores

O desembargador Cesar Cury explicou que ainda não houve um detalhamento sobre valores das indenizações.

– Vamos tentar encontrar as condições de reparação que atenda a cada uma das famílias. Seria precipitado tabelar os valores, vai depender dessa conversa. Seguramente vai haver pelo menos mais uma sessão – afirmou.

– Se olharmos a jurisprudência do tribunal talvez encontremos uma discrepância com relação aos valores apresentados – seguiu Cury. – Pode ser um bom parâmetro mas não o único. Talvez o melhor seja cada família encontrar o que de fato lhe atende. Pra que amanhã não haja frustração seja porque a mediação não seguiu ou porque um processo judicial levou muito tempo e não surtiu efeito.

Fonte: O Globo


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