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Você tem preguiça de se exercitar? Saiba a razão disso e como sair do sofá



O corpo humano, ao longo de sua evolução, não foi feito para ficar parado. Por muito tempo, movimentar-se era questão de vida ou morte. Além disso, todos os benefícios que os exercícios trazem não só ao corpo, mas também à mente, são amplamente conhecidos. Então, por que tanta gente ainda tem preguiça de se exercitar e adiam indefinidamente a prática de atividades físicas, sempre se orientando pela “lei do mínimo esforço”?

“Mesmo sabendo que a atividade física é tão boa, por que a pessoa não consegue colocá-la em prática, por que sente tanta preguiça? Essa é uma pergunta muito comum que as pessoas sempre me fazem”, conta Marcio Atalla.

Preguiça de se exercitar coloca a vida em risco 

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em 2018, analisou as 58,7 milhões de mortes ao redor do mundo naquele ano e chegou à conclusão de que 9% – ou 5,3 milhões – estavam relacionadas ao sedentarismo, exemplifica Atalla. 

Entre as doenças mais sensíveis ao sedentarismo estão:

• Diabetes;

• Doenças cardíacas;

• Câncer de mama;

• Câncer de colo.

O cérebro “gosta” de economizar energia

Com tantos riscos envolvidos, a aversão à atividade física é ainda mais surpreendente. A resposta para essa questão é quase tão antiga quanto a humanidade. “A resposta é, na verdade, muito simples. O cérebro humano é uma máquina muito eficiente para poupar energia. Nossa espécie só sobreviveu por conta dessa capacidade. Durante centenas de milhares de anos, o alimento foi muito escasso, e o nosso organismo precisou economizar energia, arrumar alternativas para gastar o menos possível para sobreviver”, explica Atalla. 

Dentre essas estratégias, está a automação de tarefas. “Por exemplo, amarrar o tênis. Na primeira vez você certamente errou, era passa laço para cá, passa laço para lá. Agora, já não é preciso pensar para realizar essa tarefa, porque ela está automatizada. Assim como acontece com dirigir. Quando algo está automatizado, nosso cérebro gasta menos energia”, diz.

“Lei do mínimo esforço”

O cérebro sempre opta por tarefas que gastam menos energia. “Cerca de 80, 85% das tarefas cotidianas são do tipo automatizado”, complementa o educador físico. 

Para entender melhor como isso funciona, basta pensar o que acontece quando se vai ao shopping center. “Quando a pessoa vai estacionar, ela sempre tem em mente qual a entrada mais próxima. Ainda não nasceu o ser humano que vai procurar a mais distante. Também, dificilmente haverá alguém que fique feliz com a possibilidade de se exercitar e gastar algumas calorias quando vê a escada rolante quebrada”, brinca Atalla. 

Engane seu cérebro tornando a atividade física um hábito automatizado 

“Portanto, em uma conjuntura perigosamente confortável como a nossa, temos essa dicotomia. Um cérebro programado para poupar energia e um corpo que precisa se movimentar para ser saudável. Aí vem a dica que quero passar: tentar fazer uma tarefa que seja automatizada, ou seja, crie o hábito”, ensina. 

Para isso, escolha uma tarefa bem simples, como subir escadas, dançar, fazer agachamentos ou flexões, mas que você consiga realizar quase todos os dias por, pelo menos, três meses. “À medida que você repete a mesma tarefa, seu corpo se condiciona e ela vai se tornando mais fácil. Você também irá se sentir muito melhor, terá benefícios e, assim, manterá a sua regularidade”, afirma Atalla.

Foto: Marcio Atalla

Marcio Atalla Marcio Atalla

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Fonte: Terra Saúde


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