A final da Taça Guanabara de 2019 ficará marcada na história do futebol carioca. Não por questões estatísticas ou pelo enredo do título invicto do Vasco (sete vitórias em sete jogos), que venceu o Fluminense por 1 a 0, neste domingo, no Maracanã, com gol de Danilo Barcelos. Mas pela vaidade de dirigentes dos dois clubes sobre a polêmica do setor Sul do estádio, que manchou a festa nas arquibancadas, vazias até os 30 minutos do primeiro tempo.
O improviso nas ações em consequência de uma ordem judicial que obrigava a partida acontecer com os portões fechados deixou um clima de tensão fora do estádio, o que provocou confusão entre policiais e torcedores. No fim, a Justiça reviu a decisão e 29 mil torcedores estiveram presentes na partida.
Se nas arquibancadas a supremacia era do Vasco, com um número muito maior de torcedores depois dos portões abertos, no campo, o domínio foi do Fluminense em todos os momentos. A oposição de estilos se definiu logo cedo, tal qual ocorreu no encontro na fase de grupos da competição.
A revanche, porém, confirmou a vocação vascaína de se defender e sair em velocidade. Enquanto o estilo de Fernando Diniz, de organização e intensidade, sofreu um revés por não ser objetivo e incisivo como deveria.
O Fluminense tentou a todo custo atrair o Vasco para o seu campo de defesa, para que pudesse trocar passes mais verticais na construção do ataque. O Vasco, por sua vez, só se atirou à frente no segundo tempo, e demorou a morder a isca tricolor. O primeiro tempo acabou com uma chance de perigo para cada lado, com Bruno César e Yoni Gonzalez.
O meia vascaíno, aliás, teve atuação abaixo da crítica, o que contribuiu para a dificuldade de criação da equipe de Alberto Valentim. Restava ao Vasco bolas esticadas para Marrony e Maxi Lopez, este sem velocidade para criar problemas.
Na segunda etapa, já com o estádio tomado pela torcida, principalmente a do Vasco, o jogo ganhou contornos mais dramáticos. O Fluminense teve a chance mais clara da partida. Dodi levantou na pequena área, e Everaldo, sem marcação, cabeceou para fora.
Sem vantagem do empate para nenhum dos lados, o Vasco achou um gol aos 35 minutos do segundo tempo, em falta cobrada por Danilo Barcelos após carga desnecessária de Marlon perto da linha lateral. Danilo alçou a bola na área, mas ela foi direto no gol.
O tempo que o Fluminense normalmente usava para a construção de cada uma de suas jogadas não existia mais. Com a necessidade de mais velocidade e jogo vertical, a equipe de Fernando Diniz perdeu em organização.
O jogo mais truncado deu ao Vasco a vantagem defensiva. Se já estava bem postado sem o placar mexido, com o o gol a postura se consolidou para garantir o título. O comportamento dos jogadores do Vasco irritou o time do Fluminense, e os últimos minutos foram com muita confusão também dentro de campo.
Fonte: O Globo