Diego Armando Maradona morreu nesta quarta-feira, aos 60 anos. A informação inicial, divulgada pelo jornal “Clarín”, foi confirmada pelo assessor de imprensa de Maradona, Sebastian Sanchi. A causa da porte foi uma parada cardíaca. O governo argentino decretou três dias de luto oficial.
Os relatos dão conta de que uma ambulância chegou a ser chamada pela equipe médica à casa de Diego, em Tigre, mas foi constatada a morte do ex-jogador e, mais recentemente, treinador do Gimnasia La Plata.
Desde que surgiu como jogador, no Argentinos Juniors, em 1976, passando pelos anos no Boca Juniors, alcançando a Europa via Barcelona e atingindo o auge no Napoli ? onde se tornou uma divindade do futebol ?, Maradona colocou na ponta do pé canhoto um toque de magia inebriante. Hipnotizador. Com o clube italiano, conquistou dois scudettos (1986/87 e 1989/90), Copa da Uefa (1988/89), Copa Itália (1986/87) e Supercopa da Itália (1989).
Pela seleção argentina, usou até a mão nas quartas de final da Copa de 1986, naquele Mundial que muitos dizem que o camisa 10 ganhou sozinho. Com ousadia, como se fizesse referência a si próprio, o lance foi cunhado de La Mano de Diós (a mão de Deus). A tese tem como quadro principal o golaço naquele mesmo jogo contra a Inglaterra. Épico, memorável. Driblou o time todo e entrou na história. A final contra a Alemanha trouxe a consagração.
Como técnico, não foi tão genial, mas teve o privilégio de comandar a Argentina na Copa de 2010. Dirigiu aquele que o sucedeu na magia, no talento, no Monte Olimpo do futebol: Messi. O resultado, no entanto, não foi bom: caiu nas quartas de final para a Alemanha. A carreira como técnico ainda teve Al-Wasl e Fujairah, dos Emirados Árabes. Em 2018, foi parar no Dorados, do México.
Além de um jogador único, o personagem Maradona é, talvez, inigualável. Fora de campo, a divindade mostrava seus atributos humanos. O estilo de vida desregrado teve seu preço. O vício em cocaína nunca foi segredo. A despedida da seleção argentina em Copas do Mundo foi em 1994, após ser flagrado no doping. Ao todo, foram 91 jogos, quatro Copas do Mundo (1982, 1986, 1990 e 1994).
O governo argentino decretou luto de três dias. Maradona sempre foi símbolo de orgulho argentino. O lado de lá da fronteira costuma bradar que ele “é maior do que Pelé”, vide a versão da música “Decime que se siente”. Independentemente disso, o sentimento do país é compartilhado por todos os amantes do esporte mais popular do planeta. Alguns fãs até se tornaram fiéis ao abrirem a Igreja Maradoniana.
Maradona simboliza futebol. A melhor parte dele. Remete ao drible, ao corte seco, à comemoração efusiva pelo título alcançado, ao reconhecimento e ao agradecimento pelo prazer de vê-lo em ação.