A vitória de Luiz Roberto Leven Siano, ainda que em uma eleição suspensa pela Justiça, pode ter reflexos na configuração dos candidatos à presidente do Vasco, caso um novo pleito aconteça.
O resultado joga pressão sobre Julio Brant, candidato da chapa “Sempre Vasco”, que terminou em terceiro no pleito. Depois das derrotas em 2014 e 2017, um terceiro revés pode complicar sua vida política na Colina.
A possibilidade de buscar alianças em que se mantenha como candidato à presidente diminuiu drasticamente, uma vez que existe uma incompatibilidade ideológica com Alexandre Campello e Sérgio Frias.
A proximidade de Brant é maior com Salgado, mas é o candidato da “Mais Vasco”, em segundo lugar, fica com a faca e o queijo nas mãos para se manter no páreo. Ele ganha tanto mais fôlego para negociar com Brant quanto para acelerar uma conversa com Alexandre Campello, que terminou em quarto.
O presidente, antes mesmo de confirmar a tentativa de se reeleger, já conversou com Salgado. Durante a votação de sábado, alguns de seus simpatizantes direcionaram o voto para Salgado, quando perceberam que as chances de vitória eram pequenas.
Outro cenário que favorece Jorge Salgado, em caso de uma nova eleição, é a possibilidade de concentrar os votos daqueles que rejeitam Leven Siano. O voto útil poderá cair no colo da “Mais Vasco”.
Se uma nova eleição, novamente em formato presencial, acontecer, Leven Siano irá para disputa com a força comprovada de seus grupos de apoio, a “Identidade Vasco” e ex-euriquista como os do “Fuzarca”, conhecidos pela grande capacidade de mobilização na eleição em São Januário.
O apoio de boa parte dos beneméritos também pesou a favor do candidato.
Entretanto, se a votação acontecer via online, como Faues Mussa, presidente da Assembleia Geral do Vasco, deseja, o cenário pode mudar, com o crescimento de Salgado, Brant e o enfraquecimento de Leven Siano.
A disputa nos tribunais durante a próxima semana deverá indicar se uma nova eleição acontecerá ou se o resultado deste sábado será confirmado. Desde a Assembleia Geral Extraordinária que determinou a eleição direta para presidente que Mussa conseguia vitórias sucessivas na Justiça, não importasse o autor da ação.
Com um aparato jurídico forte, conduziu a votação para o dia 14, no formato online, como queria, até a derrota inesperada na sexta-feira. Leven Siano provou também ter seus trunfos nos tribunais e promete confirmar o resultado de sábado na Justiça.
Uma coisa é certa: nessa disputa para saber quem será o próximo presidente do Vasco, nada será como antes depois do resultado de Leven Siano.
Fonte: O Globo