Principal cabo eleitoral do democrata Joe Biden, o ex-presidente Barack Obama deixava um ginásio em Flint, no Michigan, no último sábado, quando pediu a bola de basquete e se posicionou para um arremesso certeiro de três pontos. A cena ? que rendeu elogios de LeBron James, principal jogador da atualidade, em post com mais de 200 mil curtidas no Twitter ? reflete como o processo eleitoral e o mundo dos esportes caminharam juntos na eleição americana, que chega ao momento decisivo hoje, com a disputa entre Biden e o atual presidente, o republicano Donald Trump.
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As principais ligas profissionais entraram de forma inédita nos últimos meses na campanha por comparecimento às urnas, na esteira do engajamento de seus atletas em causas raciais e sociais. O movimento ?Black Lives Matter?, que ganhou força após a morte de George Floyd, um homem negro executado por um policial branco, em maio, em Minneapolis, teve adesão em peso de jogadores, que passaram a usar suas redes sociais como plataforma de divulgação da importância do voto.
Números divulgados pelas ligas nas últimas semanas mostram que o engajamento não ficou só no discurso. Durante as finais da NBA, o armador Chris Paul revelou que mais de 90% dos jogadores já estavam registrados, sendo que 15 franquias chegaram aos 100%. O técnico Doc Rivers, um dos mais engajados, estima que menos de 20% foram às urnas em 2016, o que torna os números de agora impressionantes.
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Na semana passada, Chris Paul liderou uma marcha com cerca de 2.500 pessoas na Carolina do Norte para incentivar jovens ao voto.
Na NBA, 23 das 30 franquias disponibilizaram seus ginásios para as eleições. Nos últimos dias, diversos jogadores postaram fotos a caminho dos locais de votação ? alguns pela primeira vez, como Trae Young, do Atlanta Hawks. As estrelas intensificaram o uso da hashtag #vote em suas redes sociais. A mensagem esteve presente nas transmissões da última temporada, na “bolha? de Orlando, e foi uma das exigências dos jogadores depois do boicote de 27 de agosto, que paralisou as principais ligas contra a violência policial.
“Vote? também era uma das palavras usadas na parte de trás da camisa dos jogadores. LeBron James, principal voz do movimento, criou ao lado de outros jogadores a campanha “More than a vote? (Mais que um voto) para conscientizar os jovens. A associação das jogadoras da WNBA também anunciou que mais de 90% também se registraram.
Futebol americano
A NFL, de futebol americano, anunciou na última semana que quase 900 jogadores se inscreveram para votar ? cerca de 90% da liga. Equipes como Seattle Seahawks e San Francisco 49ers disseram que todos os atletas aptos se registraram.
“Sua voz e seu voto são importantes. Aproveite todas as oportunidades para usá-los e apoiar pessoas que irão representá-lo bem?, escreveu JC Tretter, jogador do Cleveland Browns e presidente da associação de atletas da liga (NFLPA).
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A campanha NFL Votes divulgou diferentes comerciais de TV encorajando eleitores a irem às urnas. Dos times, 16 se comprometeram a usar as instalações ou campos como locais de voto enquanto 30 participaram dos esforços para registros. Nenhuma equipe terá atividades hoje para que jogadores e funcionários estejam livres para votar e ajudar em suas comunidades.
Na MLB, de beisebol, sete equipes cederam suas dependências para votação ? entre elas, o Los Angeles Dodgers, que se sagrou campeão da temporada na última semana. Franquias como Cincinnati Reds e Houston Astros promoveram distribuição de materiais educativos. Na Flórida, o Miami Marlins vai oferecer 2 mil refeições gratuitas para os eleitores que aguardam nos locais de votação.
Fonte: O Globo