A figura de linguagem usada por Tite envolve carros e número de marchas para exemplificar o quão veloz é Vini Jr. e o que ele pode acrescentar à seleção brasileira.
– Ele tem virtudes físicas extraordinárias. Se um carro normal tem cinco marchas, ele tem seis ou sete. A aceleração impressiona.
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A comparação não é nova, mas serve para renovar a esperança de Vinicius a respeito de um lugar cativo ao longo da campanha nas Eliminatórias. Os próximos jogos são contra Venezuela e Uruguai.
Tite já tinha citado as “marchas” do atacante do Real Madrid quando o chamou para os amistosos contra Panamá e República Tcheca, em fevereiro de 2019. Mas Vini se machucou, não pôde atender à convocação e perdeu a disputa por um lugar na Copa América. A estreia pela seleção brasileira só ocorreu meses depois, contra o Peru, em setembro do ano passado. O Brasil perdeu, Vini não brilhou e sumiu das três convocações subsequentes.
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Mas o começo de temporada pelo Real Madrid é animador. Mudança do apelido e de número à parte, são cinco jogos e três gols até aqui. O mais recente comprovou a tese das marchas: 15 segundos após entrar contra o Shakhtar, pela Liga dos Campeões, roubou a bola na entrada da área e fez um gol. O Real perdeu, mas Vini saiu isento da culpa, mostrando ainda evolução no fundamento finalização.
Na seleção brasileira, Tite olha para Vini Jr. da mesma forma que vê Rodrygo, companheiro de Real Madrid. Um foi chamado no lugar do outro, comparando com a lista das duas primeiras rodadas das Eliminatórias. Embora Vini tenha mais intimidade pela ponta esquerda, Tite o quer para a extremidade direita:
– Ele é um jogador da abertura, da amplitude, do ponta, do externo, do 1 contra 1.
Essa ideia fere um princípio antigo de Tite na seleção: usar jogadores nas posições que atuam em seus clubes. Mas o cenário se dá diante dos ajustes táticos no Brasil. Tite desenha uma linha de cinco jogadores no chamado terço final do campo. Na esquerda, a ponta é do lateral Renan Lodi. A arrumação ainda tem Neymar, Coutinho, Firmino e mais um ponta direita. Cebolinha ocupou essa vaga, que, em tese, era de Gabriel Jesus. Vini Jr é outro candidato a ela.
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Tite sabe que a regularidade é um desafio para jogadores jovens, como Vini Jr, que tem 20 anos. Até por isso ele faz uma rotação entre os nomes dessa faixa etária. No meio-campo, por exemplo, deixou Bruno Guimarães fora para trazer Arthur de volta. Na zaga, abriu novo espaço para Militão, em detrimento de Felipe.
– Esses jogadores que são jovens têm um processo de maturidade que eles vão extraindo nos seus clubes. O melhor momento, o grau de confiança que isso vai dando. Por isso a utilização por vezes do Vinicius ou o Rodrygo. Essa ascensão, consolidação de desempenho pega o Vini também – explicou ainda o treinador.
Difícil imaginar titularidade para Vini Jr, no momento. Mas potencial ele tem. Para continuar no radar da seleção, o que não pode acontecer é tirar o pé do acelerador.
Fonte: O Globo