Das arquibancadas do Beira-Rio, o técnico Ricardo Sá Pinto viu o tamanho do problema que precisará resolver assim que colocar a mão na massa. O 2 a 0 sofrido pelo Vasco diante do Internacional amplia o mau momento do time, que engatou a quarta derrota seguida no Brasileirão.

Tudo bem que o resultado foi diante do líder (pelo menos até esta segunda-feira, dependendo de um tropeço do Atlético-MG), mas faltou muito repertório ao Vasco, tanto na parte da criação quanto no aspecto defensivo.

Os números apontam uma relação direta entre a seca de vitórias vascaínas e o jejum do atacante Cano. A última vez que ele balançou as redes foi na vitória mais recente do time, contra o Botafogo. Já são oito jogos em branco.

Mas é injusto atribuir somente a Cano todas as mazelas do Vasco, que o interino Alexandre Grasseli não conseguiu sanar nas duas partidas que dirigiu o time. A equação tem desgaste físico, problemas táticos e desvantagem técnica frente aos adversários (Flamengo e Internacional, nos últimos jogos).

O primeiro tempo contra os gaúchos foi uma negação do ponto de vista vascaíno. O amplo domínio do time de Coudet foi referendado pelos dois gols. Primeiro com Edenílson e depois com Thiago Galhardo, artilheiro do Brasileirão, agora com 14 gols.

Na primeira bola da rede, viu-se uma defesa desmanchada frente à movimentação colorada. O tapa de Edenílson no canto ainda gera questionamentos sobre o goleiro Fernando Miguel. O chute foi bem colocado, a bola fez uma curva como se fosse sair, mas morreu no canto. E ele nem pulou na bola.

O Inter montou acampamento no campo vascaíno e fez uma pressão muito eficaz. Marcelo Lomba, do outro lado, só festejava os gols. A segunda comemoração veio depois do pênalti cometido por Leandro Castan. Aí, Thiago Galhardo não perdoou.

O Vasco até melhorou o segundo, até porque o Inter relaxou. Cano, em jejum, até teve algumas chances. Mas a fase, de fato, não é das melhores. Talles Magno segue em dívida e Benítez não estava inspirado.

O Vasco termina a rodada com 18 pontos, só dois a mais de quem abre a zona de rebaixamento.