O Flamengo chegou à quarta vitória seguida no Brasileiro, nesta terça-feira, e colou na liderança, com os mesmos 30 pontos do Atlético-MG, mas com um jogo a mais e desvantagem no número de vitórias. Mesmo com os desfalques dos titulares Everton Ribeiro, Rodrigo Caio, Isla e Arrascaeta, convocados, e diante da maratona de quatro jogos entre sábado passado e o próximo domingo, o time de Domènec Torrent manteve o padrão desejado pelo técnico, embora tenha precisado de 50 minutos e 31 finalizações para superar o lanterna Goiás no Maracanã, por 2 a 1.

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Se o centroavante Pedro foi novamente o nome do jogo, com dois gols ? chegou a 16 na temporada, igualando Gabigol ?, a apresentação coletiva também foi elogiável. Não fosse a noite inspirada do goleiro Tadeu, o Flamengo poderia ter goleado. Mas o resultado foi suficiente para chegar ao topo da tabela e dividir a ponta com os mineiros. Amanhã, menos de 48 horas depois de deixar o campo, o adversário é o Bragantino, com possibilidade de várias mudanças na escalação.

Sem quase todos os meias, já que Diego estava suspenso, Dome aplicou sobre o Goiás quase na íntegra seu jogo de posição, com o time bem aberto e Gerson na armação. Mas foi aí que o Flamengo destoou. Se Bruno Henrique se impôs no um contra um e conseguiu boas jogadas pela esquerda com Filipe Luis e Thiago Maia, Michael foi tecnicamente muito mal pela direita. Além de não dialogar com Matheuzinho, ele tomou quase sempre a pior decisão e prejudicou a conclusão. Sem Ribeiro, o Flamengo foi um time desequilibrado.

O lateral-direito, por sua vez, falhou no gol do Goiás. Não fez a cobertura corretamente e Vinicius completou cruzamento livre, de primeira. Em seguida, em rara oportundiade de pegar a defesa aberta, o Flamengo trabalhou bem com Gerson e Bruno Henrique, que serviu Pedro. Também com um toque, o centroavante venceu Tadeu.

Em Pedro está o resumo da eficiência e do alto nível desejado para todos do elenco. Para ele, a sequência de jogos ainda não pesou. Mas em breve isso vai acontecer. Já ocorreu um pouco para Thiago Maia, que não fez apresentação tão boa.

Ainda assim, ofensivamente o time sufocou o adversário. No primeiro tempo, o domínio do Flamengo levou a 16 finalizações, a maioria defendida pelo goleiro do Goiás. Na etapa final, foram 15, mas Hugo Souza trabalhou um pouco mais. Foram ao menos duas defesas importantes, sob olhares de Diego Alves, que voltava ao banco de reservas após seis semanas se recuperando de lesão. Não significa que os visitante ameaçaram em profusão, apesar de por pouco não saírem do Maracanã com um ponto.

? Marcamos no último minuto, mas poderíamos ter marcado antes. Jogamos com um time que defendeu com seis na linha. Encontramos espaços, chutamos acho que 30 chutes… jogamos bem no ataque, mas temos que jogar melhor defensivamente ? observou Dome.

A dupla de zaga formada por Gustavo Henrique e o jovem Natan não comprometeu. Mas a linha de defesa tem sido trocada jogo a jogo, o que cobra seu preço no posicionamento geral. A parte física também não foge da regra. Embora só tenha feito uma substituição, Dome sacou Gerson por cansaço e lançou Lincoln. No banco, só tinha o jovem Pepê como articulador. As demais opções eram Vitinho, em baixa, e Lázaro, da base. Nota-se que, para que o jogo de posição se consolide, o retorno do atacante Pedro Rocha seria importantíssimo. Ou até mesmo Gabigol. Ambos lesionados.

? Podem jogar (Gabigol e Pedro). Mas todos sabem que Pedro agora está maravilhoso. Todos sabem quem é o Gabigol mas tem que estar pronto para jogar. Agora o Pedro merece jogar ? disse Domènec.

Diante de baixas médicas, por convocação ou suspensão, o padrão de jogo apresentado pelo Flamengo se mantém. E a execução sofrerá oscilações, claro, já que o objetivo é manter as frentes nas três composições em disputa a partir do fim do mês, quando começa a Copa do Brasil para o clube. Dome indicou que vai usar os atletas que retornam de suas seleções se estiverem prontos amanhã, contra o Bragantino. Arrascaeta sofreu lesão na coxa e é baixa certa. Mas Ribeiro, Isla e Rodrigo Caio podem voltar.

?Você pensa que pode jogar com uns, mas no final tem que jogar com outros, pois estão cansados.

De certo é que, hoje, o time é Pedro e mais dez.