Foi um desfecho apoteótico para o Los Angeles Lakers. O time de LeBron James venceu o Miami Heat por 106 a 93, neste domingo, em Orlando, fechou a série em 4 a 2 e conquistou o 17º título da história da franquia. Ao erguer o troféu Larry O’Brien, o time californiano igualou o recorde de campeonatos que pertencia ao arquirrival Boston Celtics desde meados da década de 1960.
NBA:Como a ‘bolha’ virou a estratégia mais bem-sucedida do esporte na pandemia
MVP das Finais, LeBron chegou ao seu quarto título e entrou para um seleto grupo de atletas campeões por três franquias diferentes. Bicampeão com o Miami Heat (2012 e 2013) e vencedor com o Cleveland Cavaliers (2016), o ala conduziu os Lakers ao triunfo em sua segunda temporada em Los Angeles, tirando o time de uma fila de uma década.
? Significa muito representar essa franquia. Eu disse quando cheguei aqui que colocaria essa franquia no lugar dela. Todos nós queremos respeito. O melhor que você pode fazer pelos seus companheiros é estar disponível. Nunca deixei de jogar um jogo de playoffs ? disse LeBron.
LeBron James:quais recordes foram batidos e quais marcas ele pode superar na final da NBA
O título se torna ainda mais especial por ser em uma temporada marcada pelo acidente de helicóptero que vitimou Kobe Bryant, ídolo dos Lakers, que esteve em quadra nas últimas cinco conquistas.
O sexto jogo das finais reservou uma atuação avassaladora dos Lakers, principalmente no primeiro tempo. O time chegou ao intervalo com uma vantagem de 28 pontos e essa tranquilidade se manteve até o derradeiro estouro do cronômetro.
Para Miami, a atuação de despedida não deixa de ser decepcionante, até pelo que o time fez mesmo sem ter Dragic e Adebayo totalmente saudáveis ao longo da série. O esloveno, inclusive, voltou a jogar neste domingo, mas pouco conseguiu contribuir diante da volúpia dos Lakers. Butler estava exausto. Tyler Herro errou demais. Duncan Robinson foi engolido.
Os campeões da NBA apostaram no jogo de transição, com intensidade, volume e precisão. Esses adjetivos sintetizam o que é LeBron James.
A montagem do elenco
LeBron não é a única peça recente de Los Angeles, que se reconstruiu depois de quase uma década de estrelas que deram pouco retorno e escolhas no draft que não vingaram. LeBron chegou no ano passado, junto com Rajon Rondo, que se tornou o primeiro jogador da história a ser campeão por Boston Celtics (2008) e Lakers.
Eleições:Por que LeBron pode ser um dos principais personagens da corrida presidencial
Nesta temporada, o comando passou para as mãos do técnico Frank Vogel, com passagens pelo Indiana Pacers e Orlando Magic, além da maior contratação da liga: o pivô Anthony Davis, peça fundamental para o troféu. Depois de uma passagem apagada por L.A., em 2012, Dwight Howard teve uma nova chance e se redimiu com a torcida. A eles se juntaram ainda os experientes J.R. Smith e Danny Green.
O’Neal, Gasol, Davis
Curiosamente, a montagem da equipe campeã de 2020 guarda algumas semelhanças com os últimos períodos vencedores da franquia, principalmente no garrafão. Em 1996, o pivô Shaquille O?Neal já era uma das principais estrelas da NBA, responsável por conduzir o Orlando Magic à única final de sua história, quando decidiu trocar a Flórida pela Califórnia. Quatro anos depois, já com Kobe Bryant consolidado, venceu o primeiro de três troféus seguidos para o Lakers, que não era campeão desde a década anterior.
No tricampeonato, O?Neal teve médias entre 27 e 29 pontos ? números parecidos aos atingidos por Anthony Davis em seu primeiro ano em Los Angeles.
NBA: boicote aos jogos mostra que protestos antirracismo na liga não serão passageiros
Após a saída de O?Neal, os Lakers amargaram anos instáveis, com Kobe Bryant carregando o time nas costas. Até que a contratação de outro pivô, também uma estrela na NBA, colocou os Lakers novamente no caminho das finais: o espanhol Pau Gasol já havia disputado sete temporadas pelo Memphis Grizzlies quando acertou com os Lakers para ser a referência do garrafão.
Logo em seu primeiro ano, Gasol levou o time californiano à final, perdendo para os Celtics, mas, nos dois anos seguintes, ficou com o anel de campeão.
‘Kobe!’:A influência do ídolo na vitória do Lakers nos playoffs da NBA
Caminho parecido fez Anthony Davis no ano passado. Depois de sete anos pelo Pelicans, trocou o posto de estrela solitária pelo de parceiro mais eficiente da carreira de LeBron James. Na temporada regular, teve média de 26 pontos. Nos playoffs, acima de 28. Pela história escrita por superpivôs como O?Neal e Gasol, o torcedor dos Lakers tem motivos para vislumbrar mais conquistas pelo caminho.
Fonte: O Globo