Não foram apenas os jovens talentos do Flamengo que puderam mostrar serviço diante dos desfalques provocados pelo surto de covid-19 no clube. Com a baixa do técnico Domènec Torrent, o auxiliar Jordi Guerrero comandou a equipe remendada contra Palmeiras e Del Valle, e agradou.

Nas redes sociais, a brincadeira que mais viralizou foi incentivando o “home office?do treinador titular para que o substituto fosse mantido na beira do campo. De fato, a maneira mais participativa de Guerrero cativou o elenco de uma forma diferente em relação a Dome.

Desde o jogo com o Palmeiras, quando a delegação viajou para São Paulo, houve relatos de que o espanhol de 52 anos assumiu um comando mais enérgico, associado a um carisma todo peculiar.

A bermuda, camisa do plano de sócio-torcedor e o óculos de madeira chamaram atenção no jogo com o Palmeiras. Diante do Del Valle, Jordi Guerrero discutiu com o compatriota Miguel Àngel Ramirez na beira do campo. Nos gols e durante os jogos, demonstrou uma vibração que agradou internamente.

A única experiência de Guerrero como técnico havia sido os cinco meses em que ele dirigiu o Palamós, em 2013. Mas foi no Sevilla onde  experimentou um ambiente de pressão como auxiliar de Pablo Machín. Nada parecido com o Flamengo.

Se Dome ainda não conquistou totalmente o elenco, seu auxiliar parece ser um caminho para tal. A sequência no comando do Flamengo depende do teste de Covid-19 do treinador principal, previsto para esta sexta-feira. Se o resultado for negativo, Dome volta ao time contra o Athletico-PR.

Internamente e até para o público, a diretoria do Flamengo quis atribuir os dois bons resultados nos últimos dois jogos a toda comissão técnica. Dome estava pressionado depois da goleada sofrida no Equador – 5 a 0 para o Del Valle. A vitória sobre o Barcelona amenizou a pressão.

No entanto, foi a química da reconstrução e da superação de um Flamengo formado por jovens e um auxiliar com menos experiência ainda que o técnico principal que deu novo ânimo para a continuidade trabalho dos espanhóis.