Cinco funcionários do Flamengo prestaram depoimento nesta terça-feira, na 42ª DP ( Recreio), na investigação que tenta esclarecer as causas do incêndio que matou dez meninos da base no Centro de Treinamento.
Os depoimentos duraram cerca de quatro horas. Eles chegaram por volta das 14h, na van do clube. Nenhum deles quis falar com a imprensa na chegada e na saída. Os funcionários estavam nervosos. Alguns chegaram a esconder o rosto com a própria roupa.
Eles foram ouvidos separadamente. Do lado de fora, uma van do Flamengo passou todo o tempo com o motor ligado com um motorista aguardando a saída das testemunhas.
O motorista só saiu com o carro para comprar e levar garrafas de água para os funcionários que estavam na delegacia.
Todos eram responsáveis de alguma forma pela manutenção do Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, mas o principal é o diretor administrativo, Luiz Humberto, encarregado da manutenção do CT. Também depuseram: uma responsável pela lavanderia, o copeiro, e duas auxiliares de serviços gerais. Uma delas alertou o segurança na portaria do clube.
Em sua página profissional, Luiz Humberto informa que é Gerente Geral de Administração e Hotelaria do Flamengo. Na descrição da função, diz:
“Responsável pela implantação do Serviço de Hotelaria no Centro de Treinamento do CRF,empreendimento com 24 unidades habitacionais, centro de excelência de esporte, A&B,contratação de equipe, elaboração de rotinas de trabalho, compra de material para montagem do serviço”.
E vai além:
“Responsável por contratos de alimentos e bebidas, manutenção, contratação de equipe terceirizada quando necessário,contratação de equipe terceirizada de eventos. Gerenciamento das equipes já existentes no Centro de Treinamento, tais como limpeza, recepção, lavanderia, refeitórios, manutenção”.
Principal funcionário ainda pode ser ouvido
Quem não estava entre os depoentes era o diretor de administração do CT, Marcelo Helmann. Ele acompanhou a vistoria das autoridades ontem, mas no dia da tragédia e nas reuniões do gabinete de crise, demonstrou falta de conhecimento sobre documentações e rotinas nas instalações. Ele ainda pode ser ouvido pela polícia.
A nova diretoria questionou o profissional sobre uma série de assuntos, e não obteve resposta. Hellmann é funcionário do clube desde a gestão anterior. Normalmente, costuma ir ao CT não mais do que duas vezes por semana, em seu carro importado. No dia do incidente, foi um dos últimos a chegar no Ninho.
O ex-vice de patrimônio Alexandre Wrobel só apareceu no dai seguinte, mas não acrescentou em muita coisa, de acordo com fontes da atual direção. Wrobel, Helmann e Luiz Humberto foram procurados, mas não quiseram se manifestar.
Fonte: O Globo