O placar elástico pode sugerir uma grande exibição do Fluminense. Não foi isso. Mas a goleada é mais que bem-vinda. O 4 a 0 sobre o Coritiba serviu para esquecer a eliminação precoce na Copa do Brasil. Um triunfo que, além de injetar ânimo à equipe no Brasileiro, ainda teve como protagonistas jogadores que atravessavam má fase. Veio na hora certa.

A vitória levou o time aos 17 pontos e à sétima colocação na tabela. É com o moral renovado que os tricolores vão se preparar para o clássico contra o Botafogo, domingo, no Nilton Santos.

Gols nos primeiros minutos de jogo viraram uma marca registrada dos jogos do Fluminense. Ontem, foi a vez do Fluminense não perder tempo para balançar as redes. Aos 7 minutos, Wellington Silva recuou para Michel Araújo, que se aproximava com liberdade da entrada da área. Aniversariante do dia, o uruguaio aproveitou o espaço para tentar um belo chute colocado de longe. Um golaço.

? Foi um gol muito especial para mim. No meu aniversário fazendo o que amo, que é jogar futebol ? comemorou o meia, que marcou pela primeira vez numa partida oficial (ele já havia feito um no amistoso contra o Botafogo, em julho).

O lance do gol resume bem o que foi o início de jogo do Fluminense. Com Igor Julião no lugar de Calegari, afastado por Covid-19, os tricolores não avançavam pelo lado direito. Apesar do gol, Michel Araújo também não apareceu bem por ali. Com isso, as principais jogadas nasceram da esquerda. Mas a saída de Wellington Silva, que sentiu uma lesão na coxa esquerda aos 21, enfraqueceu a equipe ofensivamente.

Fernando Pacheco, escolhido para substituí-lo, não manteve o mesmo desempenho. Foi mais uma oportunidade desperdiçada pelo peruano, que não consegue conquistar seu espaço na equipe.

Sem poder ofensivo pelos dois lados, o Fluminense viu o adversário crescer na partida. Dominado nos primeiros 20 minutos do jogo, o Coritiba terminou a primeira etapa com 54% de posse. E só não desceu para o vestiário com o empate porque, aos 41, Robson conseguiu finalizar para fora mesmo estando diante do gol vazio.

A sorte parecia estar mesmo do lado tricolor. Na etapa final, ela voltou a aparecer. Aos 9, Robson caprichou mais na finalização em um chute de fora da área. Muriel não alcançou a bola, mas ela parou na trave.

Àquela altura, o Coritiba seguia melhor em campo. O técnico Odair Hellmann não conseguiu, no intervalo, corrigir os erros do time. Mas a noite definitivamente não era para dor de cabeça. Em seu primeiro minuto em campo, Felippe Cardoso recebeu bom passe de Igor Julião, driblou o goleiro e, quase sem ângulo, concluiu. Ele entrara no lugar de Fred, discreto em sua primeira partida pós-Covid-19.

Um dos jogadores mais criticados pela torcida, Felipe Cardoso foi abraçado por quase todos os companheiros. Quase dispensado no meio da temporada, ganhou nova chance após a saída de Evanilson. Mas não vinha correspondendo.

? Passei por um momento difícil. É agradecer ao grupo, que tem me apoiado, e seguir em frente.

O feito mudou os rumos da partida. Desmotivado, o Coritiba afrouxou a marcação. O terceiro gol, de Nino (outro alvo da torcida), saiu numa falha grave da zaga dos paranaenses.

Para completar, Dodi foi derrubado na área, aos 39. Pênalti que Ganso converteu no canto. Outro que não vive bom momento, o camisa 10 marcou o seu primeiro gol em 2020. Se não foi um baile tecnicamente, que a goleada sirva como injeção motivacional para os tricolores darem uma guinada na temporada.