Campeão mundial em 2015, Adriano de Souza anunciou nesta quarta-feira que vai se aposentar do circuito mundial de surfe. A temporada do ano que vem será a última de ‘Mineirinho’, como é conhecido, no mundo das competições.
– Quero sair com o mesmo entusiasmo que cheguei. Após 15 anos de circuito mundial, vai cansando um pouco. Eu tinha que fazer uma escolha, e a minha foi essa: sair do cenário profissional em alta. Estou feliz com essa decisão – disse Adriano.
Aos 33 anos, Adriano entrou no CT em 2006, quando tinha apenas 19 anos. Foram, até agora, 14 temporadas seguidas, com sete vitórias em etapas. A primeira em 2009, na Espanha. A mais recente em 2017, em Saquarema. Ele venceu ainda na Barra, Portugal, Austrália (Bells Beach e Margaret River) e na icônica Pipeline. Depois de ficar em quinto no ranking em três oportunidades (2009, 2011 e 2012), o tão sonhado título mundial veio em 2015, justamente com a vitória na decisiva etapa do Pipe Masters.
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Adriano pensa em continuar no surfe nos próximos anos, iniciando um novo ciclo – mas ainda sem revelar os planos.
– Cuidei muito bem do meu corpo, da minha mente. Me sinto renovado. O que vou fazer ainda está se concretizando, mas espero viver mais uns três anos no surfe, mas de outra forma, sem aquele calendário fixo.
Antes mesmo de chegar à elite do surfe, Adriano já se destacava e conseguia marcas impressionantes. Com apenas 14 anos, o paulista do Guarujá venceu uma etapa do circuito profissional brasileiro. Em 2004, com apenas 15 anos, conquistou o Mundial Júnior competindo contra surfistas de até 21 anos. Na temporada seguinte, conseguiu a classificação para o CT com uma pontuação recorde na divisão de acesso.
Adriano, porém, vem sofrendo com problemas físicos. Ele sofreu uma grave lesão no joelho direito em outubro de 2018, que o deixou fora das competições por cerca de seis meses. Retornou no meio de 2019 e disputou três etapas antes de voltar a sentir a lesão e abandonar o restante da temporada.
– O ano passado foi extremamente difícil, de muita luta, muita recuperação. Quando eu estava entrando no cenário, me machuquei novamente. Voltei em janeiro, iniciei a temporada na Austrália em etapas do QS e veio a pandemia. Meu desejo anterior era terminar minha carreira em 2020. Quando ganhei o título, tinha colocado uma meta de competir mais cinco anos. Aproveitei muito, viajei muito, expandi muito meus conhecimentos – disse Adriano.
Em maio deste ano, Adriano foi eleito o terceiro maior surfista da história do Brasil em votação promovida pelo GLOBO com 30 jornalistas especializados.
Fonte: O Globo