Nova Iorque tinha uma dívida com Naomi Osaka. Em 2018, quando conquistou o torneio pela primeira vez, viu os holofotes voltados para Serena Williams, que se envolveu em uma ríspida discussão com o árbitro Carlos Ramos. De lá para cá, a japonesa deixou de ser uma promessa e virou uma das melhores tenistas do mundo, mas ainda faltava pendência. Neste sábado, a número 9 do mundo venceu a bielorrussa Victoria Azarenka de virada por 2 sets a 1 (1/6, 6/3 e 6/3), em 1h54, e conquistou o bicampeonato do US Open sem qualquer asterisco.
Aos 22 anos, Naomi conquista o seu terceiro título de Grand Slam da carreira. Além do bicampeonato no US Open (2018 e 2020), também ergueu o Australian Open em 2019. Ela agora pula para a terceira colocação no ranking da WTA com 5.780 pontos ? está atrás apenas de Asleigh Barty (#1) e Simona Halep (#2).
Além de Azarenka, Osaka desbancou outros grandes nomes durante a competição como Anett Kontaveint (6/3, 6/4), nas oitavas de final, Shelby Rodgers (6/4, 6/3) nas quartas e Jeniffer Brady (7/6(1), 3/6, 6/3) na semifinal. As tenistas deveriam ter se enfrentado na final do WTA de Cincinatti, há duas semanas, mas uma lesão impediu que Naomi Osaka entrasse em quadra e o título ficou com Victoria Azarenka. No encontro oficial, melhor para a japonesa.
Osaka também entrou para a lista de tenistas que viraram uma decisão de US Open na era aberta ao lado de Billie Jean (1974), Jeanne Evert (1975 e 1980), Tracy Austin (1981), Martina Navratilova (1984), Steffi Graf (1989) e Sánchez Vicario (1994).
O jogo
A estratégia de Victoria Azarenka se tornou um rolo compressor no primeiro set. Encurtando o tempo das jogadas, ela pressionava Naomi Osaka nas rebatidas e ganhava erros não-forçados da adversária (foram 13 apenas nesta etapa). Logo no primeiro game, a bielorrussa conseguiu uma quebra importante e que se repetiria em três dos quatro games de saque da japonesa. Sólida no fundo de quadra, venceu por 6/1 em apenas 33 minutos.
A volta para o segundo set parecia caminha como o primeiro. Mantendo a sua estratégia, Azarenka quebrou Osaka no primeiro game de saque. Mas a japonesa mudou a sua estratégia, passou a cadenciar mais os golpes e conseguiu devolver pouco depois. A crescente de Osaka foi confirmada no sétimo game, quando Azarenka cometeu duas duplas faltas e foi quebrada mais uma vez. Uma quebra no game final fechou o set em 6/3.
O terceiro set parecia ser o mais tranquilo de todos para Osaka. Azarenka tentou manter a pressão, mas a japonesa conseguia impor o seu jogo. Tanto que no quarto game, conseguiu uma quebra para fazer 3/1. No game de saque seguinte, a bielorrussa precisou salvar um 0/40. Mas logo quando tudo parecia encaminhada para o título, Osaka fez seu pior game no set e foi quebrada.
Mas, Azarenka não conseguiu manter a reação. Ao sacar, foi quebrada e abriu caminho para Osaka conquistar o título.
Fonte: O Globo