A missão em Goiânia passava por reverter uma derrota sofrida por um Vasco que, espera o torcedor, tenha ficado para trás. O time de antes da paralisação pela pandemia, que colecionava atuações ruins. Ontem, o Vasco de Ramon Menezes não foi sempre espetacular, mas dominou o jogo por mais tempo e fez o suficiente para decidir seu futuro nos 90 minutos. Mas ainda assim, a vitória por 2 a 1 levou a disputa da vaga para a marca dos pênaltis, dando o protagonismo a Fernando Miguel: com duas defesas, ele colocou o time na quarta fase da Copa do Brasil.
Foi um jogo de traços curiosos, a começar pelos gols, pela forma como saíram. O Vasco abriu o placar num lance casual, sofreu o empate em outro lance com boa contribuição do acaso e virou a partida também numa bola desviada. Em parte, sinal de dois times que, embora tivessem ideias claras e organização, passaram ao menos 70 minutos com dificuldades para finalizar, para criar jogadas de gol. Mas também é verdade que o Vasco terminou a partida melhor do que começou e, no segundo tempo, teve boas chances de ampliar sua vantagem e definir a vaga no tempo regulamentar.
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A partida, aliás, trouxe de volta a escalação e o desenho tático que Ramon Menezes preparara desde a volta da pandemia, mas perdera logo no início do Brasileirão por causa das ausências de Yago Pikachu e Vinícius. Ontem, quando tentava se instalar no campo ofensivo, voltou a usar Vinícius abrindo campo pela direita, Cano no centro do ataque e Talles Magno pela esquerda. Por trás dos atacantes, Benítez ganhava a companhia de Pikachu, que se projetava pelo centro do campo.
Os primeiros minutos foram difíceis para um Vasco surpreendido pela marcação adiantada do Goiás. Durante 20 minutos, o time da casa foi melhor e Fernando Miguel fez duas defesas, embora nenhuma delas tenha dado sensação clara de gol. Havia volume e pouca criação dos goianos.
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O mesmo que aconteceu quando o Vasco assumiu o controle e soube manter o jogo um pouco mais longe de sua área, evitando repetir o cenário da partida contra o Grêmio. Mas havia pouca agressividade.
Aos poucos, as inversões entre Benítez e Talles pelo lado esquerdo começaram a confundir a marcação do Goiás e o lateral Henrique, que em geral se posiciona por trás da linha da bola, passou a aparecer como elemento surpresa. Um cruzamento dele desviou na zaga goiana e deu ao Vasco o primeiro gol. O jogo parecia sob controle até um córner desviar em Talles e o empate se oferecer a Rafael Vaz.
O segundo tempo indicou um Vasco com alternativas para mudar o ritmo de partidas. Acontece que o 2 a 1 veio antes mesmo de o time crescer no jogo: um chute de Benítez desviou em Sandro e enganou o goleiro Tadeu. O resultado levava o jogo para os pênaltis, mas era o Vasco quem tinha mais ambição de buscar outro gol. Ramon colocou Bruno César na vaga de Talles Magno, perdeu velocidade mas começou a ganhar controle da bola. O time melhorou ainda mais com as entradas de Guilherme Parede e Carlinhos. Cada um teve uma grande chance já perto do fim. Nos pênaltis, o erro de Yago Pikachu foi compensado por duas defesas de Fernando Miguel. Vasco 3 a 2 e vaga garantida.
Fonte: O Globo