O Flamengo chegou ao segundo jogo sem vitória no Maracanã sob o comando do técnico Domènec Torrent, no Campeonato Brasileiro. Depois de derrota para o Atlético-MG, desta vez empate com o Grêmio, no reencontro entre as equipes no estádio após a goleada rubro-negra por 5 a 0 pela Libertadores, ano passado. Pepê fez o gol para os visitantes na etapa inicial. E Gabigol igualou, desencantando após sete partidas, com pênalti no fim marcado corretamente. O resultado da “revanche? ficou pior para o Flamengo, que esteve longe daquela exibição de gala. Na tabela, o atual campeão é o décimo terceiro colocado.

? Tem que ter calma. Viemos de um ano maravilhoso. É um novo trabalho, com pouco tempo. A gente tem conversado muito, e vem treinando nos jogos. Não pode criar coisas que não são verdade, sobre peso, reunião pedida pelos jogadores. Buscamos até o fim, jogamos contra um grande time. Não era o começo que a gente queria, mas estamos trabalhando, e vamos melhorar ? afirmou Gabigol, que disse algumas verdades.

O Flamengo se organizou para treinar nas partidas do Brasileiro, já que com a maratona de jogos não há tempo para o treinador fazer muita coisa além de recuperar os jogadores entre os jogos e viagens. Tanto que os reservas foram para campo depois do empate no Maracanã, para a sessão de treino do dia. A previsão é que em até três jogos haja melhora de rendimento nesse quesito, que não é o único que caiu de produção no Flamengo. Até isso acontecer, e mesmo mais adiante, o plano é de rodar mais o elenco, justamente para igualá-lo. Sob risco de perder o conjunto, como aconteceu novamente diante do Grêmio.

A partida ainda marcou a lesão do lateral-direito João Luca, que deve ser desfalque contra o Botafogo. O Flamengo anunciou ontem o chileno Maurício Isla, e corre para regularizar o reforço para o jogo com o Santos, no dia 30 de agosto. Mas longe de estar aí o problema rubro-negro, que novamente fez uma apresentação em casa aquém do seu ideal.

Dentro do combinado entre técnico e elenco, o Flamengo começou o jogo com o posicionamento da primeira linha de ataque igual ao ano passado, nos momentos quando não tinha a bola. Arrascaeta e Èverton Ribeiro abertos, e Bruno Henrique e Gabigol por dentro. Com a bola, BH abria mais pela esquerda, e João Lucas aparecia com mais liberdade na direita. O time era mais móvel do que posicionado. Só que não apresentou a mesma intensidade para recuperar a bola e ficar com ela.

Ainda assim, foram bons primeiros 25 minutos. Gabigol se movimentava muito pelo lado direito. Mas Bruno Henrique ainda destoava do time. Com o ataque espaçado, as jogadas não fluiam o suficiente para gerar oportunidades de gol. Não houve nenhuma clara no primeiro tempo. O Grêmio fazia um jogo equilibrado, mas foi superior exatamente na velocidade. Aos 44 minutos, Pepê recebeu nas costas da zaga, que parou e olhou, e abriu o placar. Foi o quinto gol sofrido do Flamengo desde a chegada de Dome, que tem quatro sob seu comando.

Com a necessidade de buscar a virada, a equipe rubro-negra voltou ainda pior. E perdeu o lateral-direito João Lucas por lesão no início do segundo tempo. Apenas com o jovem Matheus França no banco, Renê foi improvisado. Em seguida, Dome resolveu tirar Éverton Ribeiro e lançar Vitinho aberto na ponta esquerda. Aí, aproximou Bruno Henrique de Gabigol. Mesmo assim, não adiantou. As bolas aéreas viraram solução. E o time perdeu definitivamente o seu poder de criação e penetração.

Até aí, o Grêmio havia estado mais próximo de ampliar. Primeiro, com Diego Souza, em tabela com Pepê. O atacante acabou se machucando pouco depois. Isaque, seu substituto, quase fez o segundo em jogada individual mais para o fim da partida. Já com Pedro na vaga de Gerson no Flamengo. Os minutos finais foram de tentativa e erro, sem qualquer organização. E em um chute de longe, Vitinho parou na mão de Kannemann. O zagueiro tentou cortar e fez pênalti, que amenizou a noite ruim.