Não é exagero dizer que o objetivo do Fluminense de alcançar sua segunda vitória no Brasileiro ? às 19h15, contra o Bragantino ? passa principalmente pelos pés de Evanilson e de Marcos Paulo. Num ataque que desde a retomada do futebol ainda busca ser mais eficiente, a maior parte dos poucos gols marcados foi graças à dupla de Xerém. Uma parceria surgida por acaso, mas que se tornou o maior trunfo do clube em 2020.
Quatro dos sete gols do Fluminense após a paralisação contaram com a participação deles. Dos três marcados por Evanilson neste período, dois vieram das assistências de Marcos Paulo (contra o Palmeiras, pelo Brasileiro, e num dos amistosos com o Botafogo). Na vitória do último domingo sobre o Internacional, a dupla também teve participação decisiva. Embora os dois gols tenham sido de Nenê, um dos pênaltis foi sofrido pelo jovem centroavante ? derrubado quando recebia bola levantada justamente por seu principal parceiro de ataque.
NENÊ:Em 2020, meia está mais artilheiro e menos garçom
A forma como o Fluminense joga atualmente explica boa parte deste entrosamento. Preocupado com a fragilidade defensiva de sua equipe, o técnico Odair Hellmann promoveu algumas alterações táticas ainda na reta final do Carioca. O time passou a deixar o adversário mais com a bola para fechar os espaços e apostar em contra-ataques de velocidade. Rápidos, os dois atacantes se revelaram os principais escapes do tricolor.
Se Evanilson se destaca pelo jogo de corpo, pelo posicionamento na grande área e pela finalização, Marcos Paulo parece saber exatamente onde encontrá-lo. A metade dos oito gols do centroavante em 2020 nasceu de seus pés.
ENTREVISTA:Novo presidente da Apfut vê solução para excluídos do Profut
Apesar dos dois serem crias de Xerém, não se trata de um entrosamento cultivado na base. Enquanto Evanilson fará 21 anos em outubro, Marcos Paulo completou 19 em fevereiro. É o suficiente para eles nunca terem se cruzado até o sub-17. Como Marcos Paulo foi promovido ao elenco profissional aos 17, o encontro no sub-20 se resumiu a alguns poucos treinos. Mas o convívio (com direito a dividir o mesmo quarto na concentração) fez nascer uma amizade que se fortaleceria ainda mais este ano.
Em Xerém, era a dupla formada por Marcos Paulo e João Pedro que esbanjava sintonia. A ponto de receber o apelido de casal 20, em alusão a parceria entre Washington e Assis nos anos 1980. Ironicamente, os dois jovens não tiveram muitas oportunidades no profissional antes do segundo se transferir para o Watford (ING).
FANTASY GAMES:Como as estatísticas viraram entretenimento no esporte
A longevidade da atual dupla também está ameaçada pelo futebol europeu. Evanilson está na mira do City Football Group, que administra uma série de clubes. Entre eles, o Manchester City (ING). Já em relação a Marcos Paulo o presidente Mário Bittencourt não esconde que o vê como bola da vez para ser negociado. A diretoria alimenta a expectativa de receber uma boa proposta na atual janela de transferências.
Fonte: O Globo