A realidade falou mais alto no futebol. Decidida a dar início ao Campeonato Brasileiro mesmo num contexto em que o Brasil não consegue deixar o platô de mortes por Covid-19, a CBF viu o coronavírus se tornar o centro das atenções nas Séries A, B e C do país. Depois de apenas quatro dias do início das competições, já são 40 casos de atletas contaminados.
Os casos mais recentes vieram a público nesta terça. Na Série B, nove jogadores do CSA, de Alagoas, testaram positivo para a doença. Eles se somam a outros nove que já haviam sido afastados das atividades na última sexta-feira, também por contaminação pelo novo coronavírus. Em quarentena obrigatória, os infectados da semana passada não participaram do jogo contra o Guarani, realizado no último sábado, em Maceió.
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Agora com um total 18 atletas afastados, o clube alagoano ficou sem opções suficientes para montar uma delegação que pudesse viajar a Chapecó, em Santa Catarina. À CBF, restou adiar o duelo dos nordestinos contra a Chapecoense. Inicialmente marcado para quarta-feira, ele agora não tem data para ocorrer.
O mesmo ocorreu com o confronto entre Goiás e São Paulo. O jogo não só estava previsto para o último domingo, pela Série A, como quase foi disputado. Somente a poucos minutos antes da realização da partida veio a confirmação de que nove atletas da equipe esmeraldina estavam contaminados. Agora, o confronto também aguarda uma remarcação, que vai depender de quando o apertado calendário montado pela CBF dará uma brecha.
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Nesta terça, o Goiás sofreu mais um desfalque para o novo coronavírus. Um atleta foi diagnosticado nos exames realizados no domingo, já visando ao confronto com o Athletico, nesta quarta, em Curitiba. Com isso, já são dez atletas do clube que testaram positivo desde o início da Série A. Ao todo, 12 estão afastados. Os outros dois foram diagnosticados antes do Brasileiro e ainda não terminaram de cumprir a quarentena.
Na Série C, a partida entre o Treze, de Campinas Grande (PB), e o Imperatriz (MA) também foi adiada. Dos 19 jogadores da equipe maranhense, 12 testaram positivo para Covid-19. O resultado só foi descoberto no domingo, quando os atletas já estavam no interior paraibano para a realização da partida.
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Um dia antes, a Terceira Divisão já havia registrado dois casos positivos para Covid-19. Foram de atletas do Vila Nova (GO). O clube só foi comunicado dos resultados quando já estava em Manaus, para a partida contra o time de mesmo nome da cidade. A comunicação tardia gerou revolta no clube goiano, já que não impediu os contaminados de viajarem com o restante da delegação. No entanto, nesta terça, o vice-presidente Leandro Bittar informou que a contraprova destes jogadores deu negativo.
Mudanças no protocolo
A explosão de casos e os jogos adiados colocaram o protocolo da CBF em xeque. E a entidade precisou reagir. Como parte da confusão se deu pelo atraso na divulgação dos exames, a entidade liberou os clubes para realizar os testes em laboratórios locais, “desde que portadores do selo de acreditação laboratorial, outorgado pelas entidades de saúde competentes, e obedecendo aos padrões de teste molecular especificados pelos protocolos”.
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O Albert Einstein, onde as análises seriam centralizadas, continua como parceiro da confederação. No entanto, a falha na coleta das amostras dos jogadores do Goiás e o atraso na entrega dos resultados geraram insatisfação geral. A CBF também determinou que os resultados deverão ser enviados a ela em até 24h antes da partida pelo clube mandante. Já o visitante precisa fazê-lo até 12h antes da viagem.
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A descentralização do laboratório foi anunciada nesta segunda-feira ao lado de outra novidade no protocolo médico: todos os jogadores inscritos na competição por cada clube precisarão se submeter aos exames antes dos jogos. Inicialmente, apenas os relacionados para o confronto e o treinador precisavam passar pelo teste. O objetivo é impedir que muitos resultados positivos de uma só vez inviabilizem o trabalho de escalar uma equipe para a partida.
Por uma questão de tempo hábil, as mudanças só valem a partir de sexta-feira. Elas são uma tentativa de se responder aos problemas surgidos durante os primeiros dias de Brasileiro. Mas, numa competição disputada num momento de auge da pandemia no país, fica o receio de que novos obstáculos surjam nos próximos dias.
Fonte: O Globo