O radicalismo político-ideológico foi mais longe do que qualquer comentarista de telejornalismo poderia prever. Agora determina até o desejo sexual de quem é um apaixonado apoiador de Jair Bolsonaro e também daquele que sente aversão ao presidente da República. Estão ‘bombando’ nas redes sociais novos desejos sexuais criados a partir dessa polarização.
Agora existe o bolsosexual, ou seja, o indivíduo que sente atração sexual por todo eleitor/defensor de Bolsonaro. Há ainda o abolsosexual: pessoa que se recusa a ter qualquer sentimento amoroso ou contato sexual com um bolsonarista (ou bolsominion, se preferir). Já o panbolsosexual é mais liberal, pois se permite ter intimidade com qualquer um, sendo eleitor de Bolsonaro ou não.
Parece brincadeira, não é? Essa nova cartilha sexual baseada na militância política extrema gerou milhares de citações nas redes sociais nos últimos dias. Na segunda-feira (3), a hashtag #EUSOUBOLSOSEXUAL chegou ao primeiro lugar do Trending Topics BR, o ranking de assuntos mais comentados do Twitter brasileiro, à frente do recorrente termo #GloboLixo.
É saudável basear o desejo e a vida sexual no doutrinamento político? “Alguns comportamentos sexuais são considerados parafilias sexuais e estão dentro daquilo que dá muito prazer para o outro, algo como um fetiche”, explica a psicóloga Alessandra Assis. “Não há problema desde que haja consentimento e satisfação mútua dos parceiros, já que ter um fetiche pode alimentar a relação.”
A especialista em comportamento humano cita outros desejos cada mais mais comuns, como por pés (podolatria), homens com barba (pogonofilia) e até por urina durante o ato sexual (o tal ‘golden shower’ polemizado pelo presidente). “Tudo é uma questão de preferência e comportamento sexual. Hoje em dia tem até mesmo quem não se relacione com quem é do signo de áries. Uau!”, observa a psicóloga.
Pode haver alguma consequência nociva a partir dessa excitação baseada no ativismo político? “Se torna preocupante quando é obsessivo ou vira a única forma de se ter prazer. Tudo que é muito radical e cause sofrimento para si mesmo ou para terceiros precisa ser avaliado por um psicólogo”, explica Alessandra Assis.
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Fonte: Terra Saúde