O americano Jimmy Flores diz que não levou o coronavírus a sério. Até que ele contraiu a doença depois de compartilhar uma bebida em um bar movimentado.
“Nos Estados Unidos, temos essa mentalidade fantasiosa de que se você não sentir algo na própria pele, se você não souber muito sobre determinado assunto, então não é realmente sério”, diz ele em entrevista à BBC.
Morador de Tempe, no Estado do Arizona, Flores, de 30 anos, diz que estava curtindo uma noitada com amigos em um sábado quando acredita ter sido infectado.
“No bar onde estávamos… estávamos compartilhando bebidas pois não havia copos para todo mundo. Não era muito higiênico, até para um ambiente normal”, lembra.
Na segunda-feira seguinte, ele conta ter tido febre, dores no corpo e sintomas de gripe. Acabou sendo internado por oito dias.
“Quando estava na minha cama, antes de ir ao hospital, não conseguia nem mesmo respirar. Meu nível de oxigenação no sangue estava por volta de 88%, o que é muito perigoso. Foi a primeira vez que temi por minha própria vida”, lembra.
Flores admite que não mediu o risco que o vírus representava para jovens como ele.
Durante o período de sua internação, ele criou uma espécie de diário virtual no qual atualizava seus seguidores sobre a evolução de sua doença.
Seu objetivo era aumentar a consciência das pessoas sobre o coronavírus.
“Todo dia, eu postava no Facebook sobre as minhas experiências no hospital. E detalhava exatamente o que era ter covid-19. Muita gente me apoiou, mas também fui alvo de muitos haters”, diz.
“As pessoas acharam que eu estava impulsionando algum tipo de agenda, o que é engraçado pois não sou o típico millenial. Tenho uma cabeça aberta e não sou nem de direita, nem de esquerda, estou mais no centro politicamente falando.”
“Então, elas diziam que eu parecia um ladrão, um manifestante, um liberal progressista barra pesada que queria fazer avançar esse tipo de agenda. Tive que focar na mensagem central, que era mostrar que a covid-19 é ruim”, acrescenta.
Agora, Flores diz querer incentivar mais americanos a usar máscaras e praticar o distanciamento social.
“Se tenho algum arrependimento é de não ter agido de forma inteligente e usado uma máscara. Sou conhecido localmente por causa do meu negócio e pela minha personalidade. Sou bastante extrovertido”, diz.
“Então, apesar desse meu jeito, dei a impressão de que não estava me importando com minha própria saúde e que era ok não usar uma máscara, e que era ok sair e curtir, mesmo com essa pandemia global”.
“Estou tentando mudar essa narrativa e realmente mostrar às pessoas que fiquei muito doente e isso mudou a minha vida. Portanto, estou repensando o que isso significa para mim. Todo mundo também deve fazer o mesmo”, alerta.
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Fonte: Terra Saúde