A projeção feita pela CBF de ajuste no calendário nacional, considerando o início da Série A em 9 de agosto, reserva um cenário incomum para os clubes brasileiros: nada de folga no fim de ano.

Olhando para dezembro, a sequência de rodadas geraria algo parecido ao “Boxing Day”, da Inglaterra. O termo se refere ao feriado no qual são realizados jogos da Premier League: 26 de dezembro, um dia seguinte ao Natal.

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A versão brasileira desse cenário não tem data exata sacramentada (pode ser 27), mas se dá pelo fato de os clubes já terem concedido férias aos jogadores em abril. Para a conclusão do Brasileirão em meados de fevereiro de 2021, como prevê a CBF, será preciso realizar a competição sem pausa ou recesso no fim de ano.

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Para os jogadores, a sequência seria um desafio físico, já que as temporadas 2020 e 2021 não teriam pausa significativa entre elas. O verão brasileiro é um ingrediente a mais. A CBF vislumbra o ciclo de calendário até 2022, quando precisará encerrar os jogos na segunda quinzena de outubro, um mês antes da Copa do Mundo do Qatar.

Sobre o atarefado dezembro de 2020, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), ainda em março, chegou a negociar com os clubes uma pausa de 10 dias para as festas de fim de ano. Só que a prorrogação da paralisação por conta do coronavírus tira a margem que já era curta. O Brasileirão deveria começar em 2 de maio, por exemplo.

Para o calendário de 2020, a CBF já abandonou a previsão de pausa para respeitar as datas Fifa. Ou seja, os clubes que cedem jogadores às seleções nacionais deverão ter problemas. Nessa matemática, a entidade precisa reservar as datas para a conclusão da Libertadores e da Sul-Americana.

– Existe um esforço grande do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que tem se reunido com as autoridades sanitárias dos países. Ele tem nosso apoio para isso. O calendário contempla as datas que eles imaginam de retorno – disse ao GLOBO o presidente da CBF, Rogério Caboclo.