Do amistoso de inauguração do estádio, entre cariocas e paulistas, em junho de 1950, a vitória do Fluminense contra o Vasco, no último 15 de março, já com portões fechados devido à pandemia do novo coronavírus, quais foram os 70 maiores jogos da história do Maracanã? Para comemorar o aniversário de 70 anos do palco de tantas emoções da história do futebol, O GLOBO se propôs tentar responder essa pergunta.
Um júri com 70 nomes especializados foi formado. Uma pré-lista com 100 jogos foi distribuída, e cada partida foi avaliada por cada jurado, que deu notas de 1 a 5, de acordo com a importância do jogo na história do estádio. Da apuração, nasceu o ranking dos 70 maiores jogos dos 70 anos do estádio, que começou a ser divulgada na quinta-feira e terminará no dia 16, terça-feira, aniversário da inauguração. Confira abaixo a terceira parte da lista, do 31º ao 40º lugares. E veja aqui a primeira (do 51º ao 70º) e a segunda (do 41º ao 50º) partes.
40º ? Bangu 1×1 Coritiba
Campeonato Brasileiro, 31 de julho de 1985
O Maracanã costumava, com mais frequência até os anos 90, reunir todas as grandes torcidas para torcer pela seleção brasileira. Em 1985, foi diferente. Todo mundo foi torcer pelo Bangu, representante carioca na final do campeonato contra os paranaenses do Coritiba. Depois de um empate por 1 a 1, a decisão por pênaltis tirou o doce da boca dos banguenses, e da inédita união de torcidas por um clube da cidade.
39º ? Brasil 6×1 Espanha
Copa do Mundo, 13 de julho de 1950
Para muitos, a vitória contra a Espanha na fase final do Mundial de 1950 foi a maior atuação da seleção brasileira em um jogo de Copa do Mundo. A goleada por 6 a 1 foi acompanhada em êxtase pela multidão. Foi a primeira vez que o Maracanã rompeu a barreira dos 150 mil espectadores. De certa forma, o jogo tem importante papel em outra partida inesquecível do estádio: jogada 72 horas antes do Maracanazo, foi responsável pelo otimismo que levou à decepção contra o Uruguai.
38º ? Flamengo 1×0 Internacional
Copa União, 13 de dezembro de 1987
A final da Copa União em 1987 é daqueles jogos que nunca acabaram. Não pelo que foi visto em campo, mas pela disputa judicial que é polêmica até hoje, entre Flamengo e Sport, que discordam sobre quem foi o campeão brasileiro daquele ano. Em campo, antes de toda a questão, 91 mil pessoas viram o Flamengo vencer o Internacional por 1 a 0, gol de Bebeto, vencendo o quarto torneio nacional em sete anos.
37º ? Brasil 4×0 México
Copa do Mundo, 24 de junho de 1950
Muito se erra sobre os primeiros jogos do Maracanã. Por exemplo, apesar do aniversário ser no dia 16 (solenidade oficial), a partida inaugural foi apenas no dia 17, disputada entre cariocas e paulistas. E no dia 24 o jogo de abertura da razão da construção do estádio, a Copa do Mundo de 1950. Envolto em expectativas e jogados com parte do estádio ainda em construção, “só” 86 mil pessoas viram o Brasil golear o México no início do sonho que se transformaria em pesadelo.
36º ? Brasileiros 2×1 Estrangeiros
Amistoso, 19 de dezembro de 1973
Foram 155 mil pessoas para um jogo festivo. O motivo era simples: a despedida daquele que arrastou muitos para o Maracanã. E ainda era nobre: ajudá-lo financeiramente, já que passava dificuldades no fim da carreira. E o estádio viu uma grande festa, com craques renomados do Brasil e de fora do país, naquele que ficou conhecido como o “Jogo da Gratidão”. Mané Garrincha já não tinha o mesmo pique, a mesma graça, mas foi, pela última noite a “alegria do povo”. O fim da história do maior camisa 7 que o Maracanã viu jogar.
35º ? Vasco 2×1 America
Campeonato Carioca, 28 de janeiro de 1950
Boa parte do Expresso da Vitória fazia parte da seleção brasileira que perdera a Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai de forma traumática. Mas esse revés não abateu os jogadores do Vasco, que, em janeiro do ano seguinte, fariam história no Maracanã. Com dois gols de Ademir, o cruz-maltino conquistou o primeiro título de um clube no estádio, o Carioca de 1950, e, de quebra, escolheu sua posição histórica na arquibancada: à direita da tribuna de honra.
34º ? Flamengo 2×1 Grêmio
Campeonato Brasileiro, 6 de dezembro de 2009
A atmosfera no Maracanã era a de consagração de um time improvável, que arrancara para a ponta do Brasileirão guiado por Petkovic e Adriano Imperador. Quando o Grêmio abriu o placar, a torcida pouco hesitou, pois já sentia que, naquela tarde, o Maracanã testemunharia o fim de jejum de 17 anos. Os zagueiros David Braz e Ronaldo Angelim garantiram que o desfecho desejado pelos rubro-negros se confirmasse: a cabeçada do Magro de Aço, depois do escanteio que Pet cobrou, encaminhou a primeira taça do Brasileiro para a Gávea desde 1992. Uma festa épica.
33º ? Fluminense 1×0 Flamengo
Campeonato Carioca, 11 de dezembro de 1983
O zero a zero persistia neste Fla-Flu até os 45 minutos do segundo tempo, quando Delei descolou um lançamento preciso para Assis. O ídolo tricolor avançou em direção ao goleiro rubro-negro, Raul Plasmann, enquanto, na arquibancada do Maracanã, não havia um torcedor capaz de respirar. Apenas quando a bola estufou as redes do rival a torcida do Fluminense pôde soltar o grito de gol que, dias depois, com o triunfo do Flamengo sobre o Bangu no triangular final, seria também o gol do título.
32º ? Brasil 5 x 0 Estados Unidos
Jogos Pan-Americanos, 26 de julho de 2007
O futebol feminino atingiu seu momento mais sublime nesta decisão de Pan-Americano, em 2007. A campanha das brasileiras já era avassaladora (invicta e com média de mais de cinco gols feitos por partida) quando Marta e cia pisaram no Maracanã para decidir a medalha de ouro contra os Estados Unidos. Mas, naquele dia, o feito ganharia proporções ainda maiores, com uma goleada incontestável por 5 a 0. A rainha marcou duas vezes, assim como Cristiane, e Daniela Alves deixou um.
31º ? Vasco 5×2 Corinthians
Campeonato Brasileiro, 4 de maio de 1980
O retorno de Roberto Dinamite ao Vasco não poderia ter acontecido de maneira mais avassaladora. O ídolo cruz-maltino voltava de uma breve passagem pelo Barcelona, da Espanha, e tinha como primeiro compromisso um duelo com o Corinthians de Sócrates. Pois Dinamite não tomou conhecimento do adversário e marcou nada menos do que cinco gols em uma das exibições individuais mais marcantes da história do estádio.
Os 70 votantes
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Fonte: O Globo