O debate em torno da volta do Carioca tem gerado tensões entre os dirigentes do futebol estadual, já que não há unanimidade entre os clubes da elite. O episódio mais recente a exemplificar o cenário delicado foi no arbitral de sábado, que aprovou a segunda fase do protocolo Jogo Seguro, envolvendo Elias Duba, presidente do Madureira, e Nelson Mufarrej, do Botafogo.

Duba se irritou quando, no meio do encontro, que durou cerca de quatro horas, o dirigente alvinegro pediu a palavra para ressaltar a visão contrária à retomada do Carioca.

? Já fizemos umas dez reuniões. Se é contra, pontua no início. Ele e o Fluminense mandaram os médicos para discutirem o protocolo. A ressalva era a necessidade de permissão das autoridades. Agora tem.  O que tava fazendo ali esse tempo todo? Ele diz que é contra por ser contra ? disse Duba.

Mufarrej, conforme o próprio dirigente do Madureira admitiu, questionou a perpetuação de Duba no cargo. Já são 28 anos.

? Aí, ele quis me ofender dizendo que eu não largo o osso. Mas me deu a oportunidade de dizer quem eu sou ? disse o presidente do Madureira, explicando que respeita a instituição e que não houve xingamentos na ocasião.

Consultado pelo GLOBO sobre o episódio, Nelson Mufarrej respondeu:

? A posição do Botafogo sobre o tema é cristalina desde o início da pandemia, como é de conhecimento público. Vou sempre defender os interesses do clube e estou convicto de que essa é a melhor postura no momento.

No mesmo arbitral, Botafogo e Fluminense fizeram constar em ata a contrariedade ao retorno das partidas enquanto a curva da pandemia não baixar.

Sentindo-se desrespeitado por se opor à retomada no momento, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, já até saiu do grupo de Whatsapp no qual estão os presidentes dos clubes da Série A do Rio. A Ferj marcará um arbitral para tratar das datas de retorno.