RIO – Após as polêmicas declarações do presidente do Fluminense Pedro Abad com relação à atuação da arbitragem no clássico contra o Vasco neste sábado no Mané Garrincha , inclusive ameaçando que o clube poderia abandonar a disputa do Campeonato Carioca, a Ferj se pronunciou através de nota, dizendo que “o VAR foi colocado à disposição dos clubes, mas que por decisão deles mesmos em Assembleia Geral, nem o Vasco e nem o Fluminense optaram por sua utilização nessa partida”.
Vale lembrar que aos 9 minutos de jogo o volante Bruno Silva foi claramente puxado pela camisa dentro da área por Danilo Barcelos, mas o árbitro Carlos Eduardo Nunes Braga não marcou o pênalti.
No pacote assinado para a utilização do VAR no Campeonato Carioca deste ano, no valor de R$ 280 mil, só está incluso o uso da tecnologia em 10 jogos da fase de mata-mata, como explicado na matéria publicada pelo GLOBO em janeiro . Só em 2020 que, além dos 10 jogos de mata-mata, mais seis clássicos estarão incluídos. Mesmo assim, caso os clubes decidam pelo uso do VAR em um jogo pré-determinado, é preciso que eles arquem com o custo (R$ 28 mil por jogo) e que a Ifab (Associação Internacional do Comitê do Futebol) autorize.
A federação também disse na nota que “a comissão de arbitragem analisará não só o lance discutido mas também toda a atuação da arbitragem”, que “lamenta o ocorrido” e que “absolve o presidente Pedro Abad, compreendendo a sua emoção”.
Leia abaixo a nota da Ferj na íntegra:
“Com base nas declarações do presidente do Fluminense, após o clássico contra o Vasco, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro a entende como uma exceção à regra, em se tratando do presidente Pedro Abad. Uma reação emocional momentânea exacerbada, talvez motivada pela ótica preponderante das cores que representa e que superou o equilíbrio e a neutralidade necessários a um julgamento e conclusões mais próximas da realidade. Plenamente compreensíveis. Entretanto convém ressaltar alguns pontos:
1- A FERJ respeita o Fluminense FC e todos os seus filiados, pugna por todos eles e desenvolve todos os esforços para que as competições transcorram sem intercorrências;
2- Equívocos de arbitragem, principalmente em lances duvidosos e interpretativos, dificilmente deixarão de ocorrer, ora em desfavor de um, ora em desfavor de outro, motivando manifestações nunca daqueles que não foram desfavorecidos por esses equívocos, situações provavelmente já ocorridas com o próprio filiado;
3- No caso em questão, não retirou as chances dos adversários decidirem a partida a seu favor nos 80 minutos de jogo restantes;
4- A Comissão de Arbitragem da FERJ analisará, não só o lance discutido mas também toda a atuação da arbitragem e estará à disposição do Fluminense para, à luz dos princípios técnicos, debater e apresentar as conclusões, de forma imparcial;
5- A FERJ, com todo o respeito ao presidente do Fluminense, diverge da assertiva a princípio injusta, imprópria e descabida sobre a intencionalidade da arbitragem em prejudicar o Fluminense, mas que será levada em conta para a punição com a exclusão do quadro de árbitros da FERJ, mediante a comprovação inequívoca do que foi alegado;
6- A tecnologia (VAR), embora não resolutiva para acabar com todos os equívocos, mas extremamente útil para corrigir muitos deles, foi colocada à disposição dos clubes, por decisão deles mesmos em Assembleia Geral, mas nem o Vasco e nem o Fluminense optou por sua utilização nessa partida;
Por fim, a FERJ lamenta todo o ocorrido, qualquer que seja o fato e suas consequências, absolve o presidente Pedro Abad, compreende a sua emoção e tem certeza na reflexão e sabedoria necessárias que sempre nortearam suas decisões.”
Fonte: O Globo