Esqueça Coreia, Bielorrússia ou Myanmar. O futebol pós-pandemia retorna, de fato, neste sábado, com o Campeonato Alemão. A liga, em tempos ditos normais, atrai menos atenção global que a inglesa e a espanhola. Mas não são só a abstinência de futebol ou a curiosidade pelo novo jogo num mundo transformado pelo vírus as razões para ver a Bundesliga.
É fato que questões médicas monopolizam atenções. O protocolo que inclui mais de 25 mil testes, estádios com não mais do que 322 pessoas e até assentos vazios separando os reservas compõem uma fórmula que pode virar o “novo normal?. Hoje, uma reunião decidirá sobre a adoção das cinco substituições por time, já autorizadas por Internacional Board e Fifa.
Mas dentro de campo a Bundesliga é terra de jogo ofensivo: tem média de 3,2 gols por jogo e atacantes empolgantes, muitos deles jovens, num torneio em que imperam a pressão forte e a tentativa de chegar ao gol em poucos toques.
E sim, a lógica é o Bayern de Munique ganhar de novo. Se acontecer, será a oitava vez seguida. Mas a temporada tem competidores próximos e já teve suas guinadas.
Os eternos favoritos
O Bayern de Munique arrancou após a demissão do croata Niko Kovac e a promoção do ex-auxiliar Hansi Flick. Com Kovac, chegara a ser sétimo após uma derrota para o Borussia Mönchengladbach, em dezembro. Desde então, tem 14 vitórias e um empate. Flick recuperou Thomas Müller, o que tirou espaço de Philippe Coutinho como meia central. O brasileiro passou a lutar por espaço pelo lado esquerdo.
Impressionante é a temporada do polonês Lewandowski: 39 gols em 33 jogos. E vale observar o atacante Gnabry, de 24 anos, que demoliu Tottenham e Chelsea pela Liga dos Campeões.
O maior desafiante
Jadon Sancho, 20 anos; Julian Brandt, 24; Erling Haaland, 19. Não falta talento jovem a um Borussia Dortmund agressivo por essência. Sem contar Thorgan Hazard, irmão do astro do Real Madrid. Haaland tem incríveis 40 gols em 33 jogos na temporada.
A quatro pontos do Bayern, o time de Lucien Favre decolou após mudar para um sistema com três zagueiros. Em duas rodadas, receberá o Bayern, mas sem a muralha amarela ? sua torcida ?para apoiá-lo.
Futebol com etiqueta
O RB Leipzig é o produto mais bem-sucedido de uma forma de fazer futebol que chega ao Brasil, via Bragantino, comprado pela empresa de energéticos Red Bull. Em todo clube da franquia, a mesma ideia: futebol dinâmico, pressão e busca por chegar rápido ao gol. Tudo isso sob a batuta do técnico Julian Nagelsmann, de apenas 32 anos, símbolo do futuro do futebol alemão.
A um ponto do Dortmund, o time tem o jovem defensor francês Upamecano e o meia austríaco Sabitzer. Mas a estrela é Timo Werner, que com Nagelsmann já não é apenas um “camisa 9?. Pode jogar como meia ou pelo lado.
Ex-líder
O Borussia Mönchengladabach, hoje a seis pontos do Bayern, já liderou o torneio e bateu o heptacampeão em dezembro. Destaque para o meia Florian Neuhaus, de 21 anos. No ataque, Marcus Thuram, filho do ex-jogador francês Lilian Thuram, tem seis gols, dois a menos do que o francês Alassane Pléa.
Sem sorte
O Bayer Leverkusen e o ex-vascaíno Paulinho podem lamentar da parada no futebol. Em busca de espaço, o jovem de 19 anos fora titular e fizera dois gols no último jogo da Bundesliga. O time do holandês Peter Bosz valoriza mais a posse e havia vencido 12 de seus 14 últimos jogos pré-pandemia. O grande nome é o meia Kai Havertz, 20 anos, candidato a futura estrela do futebol alemão e cobiçado por meia Europa.
Fonte: O Globo