Fernando Miguel e Rodolfo começam 2019 em meio a aprendizados. A temporada chegou e trouxe para eles demandas que até então nunca haviam encarado na carreira. Imersos em novas realidades, os goleiros passam por um período de provação que terá, no clássico de hoje, às 19h, entre Vasco e Fluminense, no Mané Garrincha, um capítulo importante.
Fernando Miguel é, aos 33 anos, pela primeira vez titular de uma equipe de expressão nacional. O goleiro perambulou por dez clubes antes de chegar ao Vasco, mas soube aproveitar a oportunidade quando ela apareceu. O goleiro convenceu a comissão de que poderia barrar Martín Silva ao manter um bom nível de atuações mesmo com o time perigando ser rebaixado.
? Ele assumiu com muita personalidade e liderança, no jogo e no dia a dia. Foi de maneira extremamente natural. Ele tem uma característica muito importante para um goleiro, o nível alto de concentração ? explica o preparador de goleiros Danilo Minutti.
Contra o Fluminense, o goleiro terá pela frente o melhor ataque do Campeonato Estadual, um bom teste para seguir com o moral elevado. Fernando Miguel já teve demonstrações de que ganhou a confiança do Vasco em duas ocasiões: a facilidade com que a diretoria liberou Martín Silva para o Libertad, do Paraguai, e a ampliação de seu contrato com o cruz-maltino até dezembro de 2020.
Ainda que Alberto Valentim não seja conhecido por exigir de seus goleiros o mesmo trabalho com os pés que Fernando Diniz, o Vasco se preocupa em preparar Fernando Miguel para participar da manutenção da posse de bola.
A sombra de “Ageneuer?
Minutti afirma que os goleiros vascaínos são inseridos diariamente nas atividades dos jogadores de linha. Com isso, é possível desenvolver um entrosamento:
? Ele tem total capacidade para jogar com os pés. Temos treinamentos específicos para esse fundamento. O goleiro melhora a reposição de bola e a recepção do passe. Além disso, como está inserido dentro do contexto da equipe diariamente, ele sabe onde iniciar a construção do jogo, quais as opções para passar a bola, assim como os jogadores de linha sabem onde ele está.
Assim como Fernando Miguel, Rodolfo saiu da reserva em 2018 para a titularidade este ano, graças à saída de Júlio César do Fluminense. De contrato até 2021, ele tratou de agarrá-la. Tem feito boas defesas e se esforçado para se adaptar às exigências do estilo de Fernando Diniz, que valoriza goleiros participativos com a bola nos pés.
? O Rodolfo tem muito potencial. As valências dele são muito diferenciadas. Ele tem muita personalidade. A gente tem que lapidá-lo com bastante equilíbrio, porque às vezes ele se garante muito na força, na velocidade e na agilidade. E goleiro é equilíbrio, frieza. Mas, conforme for jogando, vai pegando lastro e confiança ? atesta André Carvalho, preparador de goleiros do Fluminense.
A julgar pelo desempenho até aqui, Rodolfo tem feito sua parte para cair nas graças do novo técnico. Após quatro jogos, a média é de 31,5 passes por partida. A comparação com os goleiros dos outros grandes do Estadual dá uma ideia de sua participação. O segundo que mais toca na bola com os pés é Gatito Fernández, do Botafogo, com 19,3 por jogo.
Mas a maior ameaça de Rodolfo está ao seu lado. Contratado este ano, o reserva Agenor é conhecido por saber jogar como Diniz gosta. Não à toa, carrega o apelido de “Ageneuer?, referência ao alemão Manuel Neuer, famoso por jogar adiantado.
? Qualquer profissão na vida é feita de oportunidades e desafios. E Rodolfo está preparado para assumir a titularidade. Todos no clube confiam nele. Goleiro é sequência. Aqui, ele vai ter a dele e vai dar muita alegria para torcida ? completou André Carvalho.
Fonte: O Globo